Viver
A vida se abre em oportunidades, quando os caminhos, ainda que desconhecidos, deixam-se patentear pelos lastros da esperança. No entanto, apenas a crença em nosso potencial de recomeçar será sempre insuficiente, se nos falta atitude e comprometimento com os caminhos que decidimos desbravar e explorar.
Não existem estradas impossíveis, quando nos devolvemos às alamedas do sonho e da ação.
Na maior parte do tempo, muito de nós, escolhe uma via única como tráfego para todas as nossas inquietações e buscas. Há que se lembrar sempre da pluralidade da vida e do espaço infinito em que se desdobra o conhecimento e a aprendizagem.
Muitas vezes, desconsideramos a necessidade de questionarmos as convicções, que vamos pintando na nossa aquarela ao longo da nossa existência. E os matizes findam por se apresentar tão definitivos aos nossos anseios, que vamos encarcerando os nossos olhares e habituando-nos a paisagem já conhecida. E aqui refiro-me as nossas efemeridades e não a nossa essência, enquanto ser humano. O novo, o inusitado focam o nosso olhar a todo instante, mesmo que nos fechemos em permanências e ilusórias imutabilidades. Repetimo-nos em respostas e soluções ultrapassadas, pelo simples receio de transitarmos no campo da dúvida e da incerteza. Tememos a falibilidade das nossas convicções, das nossas verdades...
A vida, a todo momento, reinventa-se...e nós somos os artífices deste processo de transformação do universo. Vivermos é mesmo deparar-nos com as nossas indagações, conflitos interiores e com a dualidade que nos rege e ao cosmo, mas ainda assim ser pleno no que se é, no que se faz e se sente.
Fernanda Guimarães