Qual é mais aprimorado e por que?

Quando seus olhos ressecam-se, sua mente passa por um transtorno efusivo que expande sua visão até que não pode-se ver mais nada além de todas as coisas cruas, nuas, exibindo em sua pele putrefata toda a inescrupulosidade fértil da maldade consentida. E assim o mundo muda de cor, empalidece-se e transforma-se numa longa rua infinita.

Rua de várias figuras amorfas, macabras e assustadoras; com ladrilhos destruídos pelos ventos fortes da falsa ternura, o cheiro leva-nos a um velho cemitério de sensações desprezado pelo tempo no meio de uma floresta densa e escura, o ar é pesado e muito denso para que possa-se respirar. Há um único caminho a se seguir, apenas de ida e com travessias que vão além dos piores temores humanos. As casas que cercam a imensa rua são todas gêmeas e mantém-se de portões fechados para qualquer visitante curioso, é preciso encontrar a sua própria casa pare que a tranque também e se exclua da lancinante verdade do tal ser do universo.

A Rua dos Tormentos leva-nos ao tão desviado mergulho nas águas profundas do ímpeto humano... Uma fealdade repulsiva que se mistura, camufladamente, aos ensinamentos religiosos e morais para então driblar sua imensa incredulidade humana.

As permutas energéticas entre os humanos deixam-os loucos ou doentes. A loucura surge das energias de outros que penetram em seus cérebros e finalmente chegam e instalam-se em suas vidas, fazendo com que sua mente sofra de espasmos de consciência e lapsos de aversão ao que lhe incomoda profundamente. A loucura energética liberta o homem da mentira. A doença energética satura-o na mentira. A loucura dói, a doença não. A verdade dói, a mentira não. A vida dói, a morte não. Porém, ambos - os loucos e os doentes –, estão sujeitos à ira do Criador.

... Casos, acasos e descasos da camuflada mente devaneadora

Ou

Há em um cemitério , de corpos invariáveis e que circunda petrificações de seres condizentes com sua terminologia vil, uma perene desventura a veicular como legítima pelas crias desses corpos - não seres. Vasilhas ocas que são vistas por uma óptica de contornos universo afora.

Por sua vez, não há mais cura ou receita remediável para esse mundo. Tanto assim, que o eminente e sublime para outros, é poeira baixa para supracitados. Deixado à esmo o amor, a virtude e a compaixão, é ostensivo que seus próprios conterrâneos são de descarte e substituíveis. Não há pois um único brando e condescendente , ainda que estejam debaixo da terra todos os poetas.

E de terra não se brada, já que seus devidos lares são uniformes e uníssonos, sem variação de cores e alegria. Os que moram nesses receptáculos são desconhecidos, a medida que é visível sua igualdade torpe. Isto é, para aqueles que vêm de fora, serão loucos e atônitos. Aos que amam e vivem a aclamar sentimentos, tachados esses serão por seus anfitriões.

Ademais, em tese, o que resta para um doente desse mundo, é deitar em sua cama e observar, até que seu sangue apodreça.

Fiquem com Deus e muito obrigado por tudo!

Gabriel Malheiros
Enviado por Gabriel Malheiros em 31/05/2013
Código do texto: T4318926
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