Teoria do Palhaço
Ao fundo do local se ouvia os aplausos intermináveis, ele já estava acostumado com isso, mas mesmo assim, continuava o fazendo mal.
Ele era o palhaço do circo, que no momento estava escutando os aplausos do seu camarim, com a cabeça baixa, cansado demais para começar a sua maquiagem, até que alguém entrou no camarim.
- Vamos lá Palhaço! Como assim você ainda não esta pronto? Você entra daqui a quinze minutos! – Disse apressadamente, e fechou a porta, o Palhaço abaixou a cabeça, estava triste por que mesmo sem estar fantasiado e maquiado, ainda era chamado de “palhaço”.
Ele começou a se preparar, tinha que continuar com o seu trabalho, então ele pensou, “o que é o meu trabalho?”. Ele se olhou no espelho e viu a sua maquiagem pela metade, mal feita, não combinando com a camisa social que ainda estava usando, e sentiu medo, por um momento, ate ele mesmo tinha se esquecido de quem era. Então ele pegou o seu batom e escreveu no espelho.
“O meu trabalho é fazer todos felizes, mas é trabalho de quem me fazer feliz?”
Assim ele se levantou para completar o seu figurino. Os aplausos cessaram, era a vez dele de entrar no picadeiro, ele abriu a ponta do seu camarim e viu a tenda ao longe, e aquele caminho que ele sempre fazia, todos os dias.
Chegou à tenda, atravessou a porta, recebeu alguns tapas no ombro, e entrou no picadeiro, La ele recebeu alguns aplausos, mas isso não o mudou dessa vez, desta vez isso não foi o suficiente para o levantar.
Uma lágrima o escapou, mas ninguém percebeu, continuaram com os aplausos, ninguém nunca percebeu.