O Humor Virou Fumaça
Você é como um beijo que dou em um cigarro...
parece ser bom, mas me mata aos poucos.
Rafael Raniere
parece ser bom, mas me mata aos poucos.
Rafael Raniere
Neste Dia Mundial de Combate ao Fumo, lembrei de um episódio que me marcou por semanas. Caminhava apressada numa calçada estreita, na direção oposta, vinha um homem. Quando passei por ele, o cheiro de cigarro me bateu tão forte, que não pude evitar de franzir o nariz. Logo atrás, vinha uma jovem, grávida que, penso eu, talvez tivesse visto o gesto. Pensei em comentar com ela a razão da minha careta, não queria que pensasse mal da higiene íntima do sujeito. Foi quando vi que ela também fumava. Fiquei tão chocada que esqueci o rapaz fedorento, perguntando-me como uma "mulher preparando outra pessoa" e, consequentemente já devidamente informada dos riscos de seu vício para a formação do bebê, poderia ser tão burra, fraca ou egoísta. Tive ganas de dizer-lhe uma poucas e boas, mas ela certamente já deve ter ouvido tudo o que eu lhe diria e muito mais do médico, do marido, dos pais e sogros. Se não deu atenção a eles, não vai dá-la a uma estranha careteira, vai?
Lembrei do meu irmão, fumante há mais de trinta anos. Minha mãe, eu e os outros irmãos já nos oferecemos para bancar um tratamento que o faça parar. Ele responde, convicto:
- Parar?? Por quê? Eu gosto de fumar!
Aos quarenta e oito, já começa a apresentar alguns sinais dos efeitos da nicotina no organismo. Ainda assim, mantém o discurso.
Bem fez o outro irmão. Largou esposa e filhos por aqui e passou um mês em Floripa, relaxando. O cigarro ficou por lá. Voltou viciado em praia.
Sou anterior à geração saúde, assim como meus irmãos. Quando mocinha, achava bonito mulher fumando. Cheguei a tentar. Para minha sorte, achei aquela porcaria intragável, com o perdão do trocadilho. Porém, naquela época a propaganda era liberada, fumar era glamuroso, slogan de marca de cigarro era "ao sucesso". Hoje em dia, com tanta informação, é inadmissível que a juventude continue embarcando nessa. E em outras mais "ao fracasso" ainda, mas isto é tema para outra crônica.
É... Você deve estar estranhando o clima por aqui, hoje, meio tenso, nada de humor...
É que cigarro é assunto sério, e grávida fumando é assunto para tirar o humor de qualquer um.
Texto publicado em minha coluna de hoje no Jornal Alô Brasília.
Lembrei do meu irmão, fumante há mais de trinta anos. Minha mãe, eu e os outros irmãos já nos oferecemos para bancar um tratamento que o faça parar. Ele responde, convicto:
- Parar?? Por quê? Eu gosto de fumar!
Aos quarenta e oito, já começa a apresentar alguns sinais dos efeitos da nicotina no organismo. Ainda assim, mantém o discurso.
Bem fez o outro irmão. Largou esposa e filhos por aqui e passou um mês em Floripa, relaxando. O cigarro ficou por lá. Voltou viciado em praia.
Sou anterior à geração saúde, assim como meus irmãos. Quando mocinha, achava bonito mulher fumando. Cheguei a tentar. Para minha sorte, achei aquela porcaria intragável, com o perdão do trocadilho. Porém, naquela época a propaganda era liberada, fumar era glamuroso, slogan de marca de cigarro era "ao sucesso". Hoje em dia, com tanta informação, é inadmissível que a juventude continue embarcando nessa. E em outras mais "ao fracasso" ainda, mas isto é tema para outra crônica.
É... Você deve estar estranhando o clima por aqui, hoje, meio tenso, nada de humor...
É que cigarro é assunto sério, e grávida fumando é assunto para tirar o humor de qualquer um.
Texto publicado em minha coluna de hoje no Jornal Alô Brasília.