O PROGRESSO E O MEIO AMBIANTE!

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Como aliar o desenvolvimento do progresso que não vai parar nunca, com o meio ambiente que precisa ser também preservado?

Hoje, Manaus chora com lágrimas poluídas. As águas do Rio Negro estão subindo rápido, invadindo ruas e trazendo junto o lixo derramado pelos moradores nos mais de 100 igarapés de Manaus em um espetáculo deprimente e vergonhoso. Ao sol, brilham as garrafas de PET, misturados com pedaços de madeira, móveis, televisores, cadeiras e outros objetos inservíveis que moradores arremessam em qualquer córrego de água que corta a cidade, obrigando sua Prefeitura a Decretar Estado de Calamidade Pública. Lamentável mas imprescindível solução para amenizar os problemas que surgirão por emergências sociais.

O bairro da Glória, que de glória mesmo não vive, está tomado por águas poluídas, lixo, insetos, bichos e com pessoas morando como tartarugas, totalmente curvadas para andar dentro de suas casas! Os moradores podem pedir reclamar e exigir tudo, mas não podem culpar a Prefeitura, pela grande sujeira que jogam nas ruas da cidade e seguem diretamente para as águas pelas chuvas que são constantes. Diariamente, o município de Manaus retira em torno de 15 toneladas de lixo dos igarapés, misturados com jacarés m, cobras e outros bichos. Famílias inteiras reclamam contra tudo, mas parece que não se fazem ouvir por nenhuma autoridade pública porque, mesmo as pessoas cadastradas no Prosamin, nunca receberam qualquer informação social e continuam esperando providências, vivendo uma angústia infindável!

Não fosse a grande quantidade de lixo e os aterros dos igarapés feitos pelas obras do Prosamin, de forma não muito eficientes e devastadoras para transformar a cidade em votos a qualquer preço e custo (embora reconheça um grande alcance social na retirada de famílias que viviam em casebres e dando-lhes moradias dignas, resolvendo a grave falta de moradias populares às famílias de baixa renda, dando dignidade às famílias carentes), Manaus também poderia ser outra Veneza brasileira e rivalizar com Recife na preferência dos turistas. Lindos e majestosos igarapés por onde nadei, desapareceram. Desapareceu também a vontade de ver e viver em uma cidade bela, capaz de criar uma perfeita harmonia entre o desenvolvimento e a preservação de seu meio ambiente! Isso é possível, mas depende de união entre o poder econômico e os ambientalistas, na busca de projetos sustentáveis e modernos.

Infelizmente, Manaus não pode ser mais uma Veneza brasileira, porque suas águas foram poluídas, as ruas estão cheias de bancas padronizadas de camelôs em cor vermelha, as ruas estão cheirando o odor de urina podre e os bares do centro refletem o desespero das pessoas que perambulam por eles, atônitas, se perguntando se valeu à pena o progresso! Mas, Manaus é assim mesmo: uma mistura de progresso com miséria, que se transformou em um símbolo decante da época áurea da borracha, com casarios antigos e nem sempre conservados por falta de apoio e incentivos para restauração, embora sejam tombados pelo Patrimônio Histórico, estão também tombando pelo descaso e a falta de uma política seria de preservação.

Manaus não se orgulha de ser a cidade do já teve e lembra com saudade do que perdeu pelo total desprezo de seus governantes que não a atentaram e nem a interpretaram de forma correta, a sua verdadeira vocação: a sua floresta. Manaus é um misto de beleza e feiura, de alegria e desânimo, de prédios históricos belíssimos e mal conservados, de mercado municipal centenário em restauração há sete anos, uma biblioteca pública belíssima que passou também sete anos sendo restaurada. Essa é a Manaus que mostra seu verdadeiro rosto, sem maquiagem, sem pintura e sem retoques, contrastando com uma floresta exuberante.

Nas suas ruas, caminham pessoas silenciosas olhando para todos os lados para ver se conseguem observar alguma luz no final do túnel, nas não existe túnel na cidade de Manaus. Se existissem, certamente já estariam ocupados pelos camelôs legais e os irregulares.

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 30/05/2013
Reeditado em 05/06/2013
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