VIOLÊNCIA INVISÍVEL

Diuturnamente, somos atingidos quer física, quer psicologicamente, pelo mar de violência que inunda com força maior, nossos lares e nossas ruas. Estupefatos, assistimos essa barbárie, que ceifa vidas promissoras e outras nem tanto. Nosso sistema judiciário, prisional e policial não dá conta de prevenir e garantir a paz para nossos dias. A vida pode morrer na próxima esquina. Não temos guerras por invasão territorial, não temos guerras por diferenças religiosas, não temos guerras por disputa de poder, temos uma guerra interna, que nasce pela nossa incapacidade, de querer entender as necessidades de um mundo novo, extremamente discriminatório, por não permitir que grande parte das pessoas, desfrutem dos benefícios e atrativos tecnológicos, instalando-se então a frustração e o sentimento de injustiça. Somos vitimas de nossa incapacidade de enxergar, um pouco além, de nosso próprio umbigo. A sociedade moderna escolheu a ascensão social e material como sua plataforma de vida, e essa ascensão, está diretamente ligada ao sucesso pessoal e profissional, que permite a dignidade, a cidadania, a obtenção de status e a aquisição de bens e serviços que demonstrem essa elevação.

Para isso, é necessário que a base da formação e sustentação da sociedade, seja lastreada no conhecimento. Ao não privilegiarmos a educação e o ensino como alicerces dessa nova vida, estamos jogando na rua da amargura, milhares de vidas e almas, que com essa falta, não conseguirão jamais competir e coexistir, nesse glamouroso mundo contemporâneo. Daí, que para atingir esse objetivo procuram a forma que lhes está disponível, isto é, a violência contra aqueles, que parecem ser, os vitoriosos da nova era. Os que não descambam para a violência, vivem das esmolas oficiais, que geram deformação de caráter e perenizam a divisão de classes, causando a ruptura entre as camadas sociais. É substancialmente necessário, que comecemos a priorizar a educação, como forma de apaziguar nossa terra. Não sejamos puros, em querer acabar com a violência, pois ela existe desde que o mundo é mundo, o objetivo deve ser minimizá-la a níveis toleráveis. Para isso, precisamos sair da inércia e da mansidão, exigindo daqueles que nos representam, posturas, atitudes e ações que nos levem a um novo porvir, lastreado na formação educacional . Somente com uma educação de qualidade teremos uma nova vida, afastando-nos da praga da violência. Precisamos de uma epifania no sentido de entender a essência dos acontecimentos, para que não cometamos a violência invisível, aquela que por nossa postura conformista e alienada, estamos patrocinando.

“Educai as crianças e não será preciso punir os homens” Pitágoras.