Conversa !

Conversa!

“Ei, você! Vamos conversar?”

“Mas vamos conversar o quê?”

“Ora, ora... Simplesmente conversar, digamos... Hum, hum qualquer coisa. Nem eu sei bem! Eu estou me oferecendo publicamente, quero conversar... Vamos, vamos...”

“Mas você sempre se negou a conversar. Por oito longos anos, você fez ouvidos moucos, lembra-se? Tinha tempo para ir para o litoral carioca desfrutar de noitadas regadas à... Deixa prá lá... Boemia, praias... Mas conversar conosco, neca! Era difícil encontrar um tempinho, uma brecha na sua “tucanada” agenda, para um papinho... Você se lembra?

Eu, funcionário público estadual... Professor do ensino fundamental. Crédulo, abnegado... Você insensível,

arrogante, nunca teve tempo para conversar. O Fundeb, o piso, lembra-se?

Também funcionário público da área da saúde estadual... Você nunca quis conversar. Olha que fizemos

passeatas, greves... até arruaças – todas reprimidas pela policiai militar . Fizemos de tudo para com você nos ouvir, conversar... Mas você... Nada! Não tinha tempo para conversar.

Agora você se apresenta com cara de gente simples, de bom papo e que gosta de prosear, nos convida pela TV

para conversar?

Sim vamos conversar! ... Mas desculpa-me! Conversar o quê?”

“Poxa, minha gente! Esqueçam o passado!... Agora é diferente. Vamos conversar sobre o “pibinho”, sobre o preço do tomate. Relembrar com saudades o governo do FHC.”

“Tá bom! Podemos falar também sobre o seu posicionamento contra a redução da tarifa da energia elétrica?

Para começar é o inicio de uma boa conversa, não achas”

BNandú mai/2013

BNandú
Enviado por BNandú em 30/05/2013
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