A Bolsa, a farra, e a farsa.
Por: josafá bonfim
A correria desenfreada às agencias da CEF, dias atrás, para sacar o Bolsa Familia, provocando tumulto, transtorno e quebra-quebra, é uma prova irrefutável de que nem só de lua de mel viverá o governo com seu programa social predileto.
Em tese, é um programa de transferência direta de renda que beneficia famílias em situação de extrema pobreza.
Mas muitos analistas não o vê só dessa forma. Sustentam que a iniciativa foi ultrajada pelo governo Lula que passou usá-la como aproveitamento eleitoral do governo. E não é pra menos. São 11 bilhões de reais ao ano, para 11 milhões de família, o que rende um dividendo eleitoral significativo, capaz de fazer a diferença, nunca ousado antes.
A Controladoria Geral da União através de suas auditorias confirma que o Bolsa Família tem problema em 90% das cidades fiscalizadas no país, onde a irregularidade mais constatada é o pagamento a beneficiados com renda superior a estipulada pelos critérios do programa.
Argumentam os críticos do programa, que o mesmo não tem consistência por não resolver o problema a que se propõe, como sendo: melhor distribuição de renda para promover a inclusão social, de forma definitiva.
Numa analise isenta observa-se que o programa, mesmo melhorando a renda familiar, está longe de resolver problemas sociais crônicos do país, como: desemprego, acesso ao ensino de qualidade e melhor atendimento na saúde. Funciona como um mero paliativo, embora transmita ao beneficiário uma sensação ilusória de ascensão social.
Os grandes centros estão abarrotados de “bolsistas” nas periferias, que mergulham no comodismo, achando que não compensa batalhar por melhores condições de vida, pois entendem já dispor do básico para se manter.
Nas regiões interioranas a situação não difere. O latifúndio, a pecuária, a monocultura da soja, da cana de açúcar e outras, afastaram as famílias do campo, vindo proliferar-se nas periferias das cidades, onde se depararam com a escassez de emprego. E as vagas que surgem, são recusadas por entenderem não serem atrativas.
No comodismo e sem perspectiva de melhores condições de vida, ficam por conta da aposentadoria rural, acrescida da bolsa família. Sem oficio definido, sem mão de obra qualificada, só enxergam como meio de vida, os recursos oriundos dos programas do governo federal.
Apesar dos aspectos positivos existentes, o Bolsa Família não se encerra por si só, carece de reparos e adequações periódicas, por parte do governo, o que não tem se constatado.
A economia do país já começa a sentir o parasitismo, no desajuste em sua balança comercial, não aparecendo os efeitos imediatos em função da possante arrecadação, mas, em muito breve, virão os efeitos devastadores de uma política equivocada, que maquia as estatísticas conforme seus interesses para mostrar uma sensação de bonança que não se confirma na realidade.
Sem querer ser redundante, mas as Bolsas Sociais e seus penduricalhos criaram um estimulo negativo aos seus beneficiários que deixam de trabalhar, ou não procuram mais emprego, com receio de perder o dinheiro do programa, a quem se tornou dependente. Ou seja: o governo está condenando uma geração inteira a viver em situação de miséria. Mas vá fazer os beneficiários entender isso.
Dessa forma, todos os estímulos feitos para a entrada destas pessoas no mercado de trabalho, estão sendo abandonados. E mudar este estado de coisa não interessa nem ao beneficiário nem ao governo. Com um dinheirinho no bolso ninguém se movimenta mais para nada. A mão de obra escasseia enquanto as vagas de trabalho acumulam-se, sobretudo a menos qualificada.
Assim, como dizem os próceres da Oposição ao governo: O Bolsa Familia transformou-se numa esmola. Um agrado do governo aos necessitados, que em troca votam maciçamente no candidato que o presidente mandar. Criou-se dessa forma essa vicissitude que ninguém tem coragem de mexer. É perda de voto certa a quem se atrever.
São Luis/MA, 29 de maio de 2013