Suplício.

Abafo as dores da alma com gritos agudos lançados ao ar. Uma dormência sufocante invade às minhas entranhas. O silêncio da tarde ecoa meus gritos absurdos. No soluço amedrontado procuro escutar à sua voz atendendo ao meu chamado; no entanto ela não vem. Na lúgubre tarde de outono as nuvens negras vem aterrar-me ainda mais no meu desespero.

Tarde agonizante que o vento não consegue dissipar. A esperança parece esvaecer com a entrada da penumbra... A noite fria, fechada e solitária chegou...

O coração arde de dor...

Paro, respiro... ouço...

Bem no interior da minha alma alguém me pede calma... Consigo enfim, abrir um triste sorriso...

O criador me diz para eu olhar dentro de mim e procurá-lo ali:

- Nunca ficaste só _ ele me revela, _ eu sempre estive aqui contigo. O teu desespero era tanto que não conseguias sentir-me... Acalme-se! Eu estou aqui...

Este é um dos desabafos que fiz quando perdi o meu pai para a eternidade.

Jânia Lopes Martins
Enviado por Jânia Lopes Martins em 29/05/2013
Reeditado em 29/05/2013
Código do texto: T4315547
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