Hora do Hush.


Eu era um molecote de quatorze para quinze anos.
Naquela época a condução não era como agora.
Aí você diria, caótica?- Criança você não sabe o que é isto.
Tinha um tal de Fon, Fon, que mudou as mãos de direção no centro da cidade.
Ficaram poucas saídas do centro ao bairro.
Um trajeto que normalmente duraria duas horas, passou a ser feito em cinco até seis horas.
Desespero total, eu morava na periferia e trabalhava no centro da cidade.
De meio dia em diante, batia um desespero, uma dor de barriga, pois saía às dezenove horas do trabalho e chegaria em casa por volta de meia noite ou mais.
Ah! Além disso, tinha o famoso “SE”, se conseguisse embarcar no ônibus, se a linha não tivesse mudado, se não tivesse mudado o ponto final e mais algumas coisas que nem me lembro.
Neste dia, após andar do centro até o parque D. Pedro, descobri, que haviam mudado o ponto final para a baixada do Glicério.
Na baixada, não tinha ônibus, porque um quartel do bombeiro próximo estava de prontidão, havia interditado a rua.
Por volta de vinte e duas horas sem opções, medi o meio da Av. do Estado e vamos nóis, marmita embaixo do braço. Só não era pior porque não estava sozinho.
Todo mundo dançava, pagava a incapacidade das autoridades.
Cheguei em casa por volta de três da manhã.
Deitaria e quando o corpo esquentasse, teria que tomar banho e ir pra rua tentar chegar ao trabalho até as sete e meia, se atrasasse, não poderia trabalhar.
Em uma destas andanças encontrei o “bicho”.
Três “guarda roupas”, me deram um “pau” de criar bicho.
Apanhei mais de meia hora e todos que passavam viravam a cara de lado, compreensível, pois, não queriam apanhar também.
Cheguei em casa igual uma “caninana”, Bravo? Sim mas era porque estava me arrastando.
No outro dia não consegui trabalhar, então o patrão me mandou embora, “deu as contas”, não sem antes me dizer que era vagabundo, molenga e não queria trabalhar.
Então isto foi, não para mim, mas para toda a juventude da época.
Estudar, só à noite, se o horário desse.
E ainda dormia em cima dos cadernos, o professor reduzia a nota que já era baixa.
Mandava para a diretoria que nos suspendia das aulas.
Isto tudo contribuía para que pouca gente realmente adquirisse muito pouca da cultura que era administrada por professor contrariado por ‘N’ motivos.
Ah! Quando estava na roça, a noite jantava e dormia como um anjo.
Mas... tinha que ficar na capital, aqui era onde havia o futuro próspero.Será?
Um dia fui laçado para entrar na polícia, aí ficou bom, tinha um tal de inspetor... Bem isto fica para outra vez.
Mas não ri não safado, senão te rogo uma praga e vais passar por tudo isto que passei.
Aí quem rirá sou eu.
Esta história jocosa foi aumentada um cadinho aqui, um cadinho ali, mas quem estava lá sabe né?
Nesta época a cidade era chamada “capital de da garoa”, pense no frio e chegar molhado em todo lugar.
Assim como Londres. e o Foog sabe?

Oripê Machado.
Veneno de Cobra.
 
Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 29/05/2013
Reeditado em 31/05/2013
Código do texto: T4314900
Classificação de conteúdo: seguro