SILÊNCIO. SOLIDÃO.
Recolhe-se o homem ao seu silêncio, à solidão. Assim parece ser a vida dos sábios. Mas se a vida traz encantamento, alegria, cores, amores, qual a razão desse recolhimento? Não há dúvida de que o silêncio é construtivo, nos leva ao descortino de mais questionar, e essa maior interrogação abre caminhadas para o passeio do pensamento.
Nesse silêncio se apagam ocupações e preocupações. Nele se encontra paz ou assalta a angústia. Esta ligada às profundezas de chegar-se ao enraizamento final de nada explicar, como não explicaram os filósofos, os magos, os religiosos, os santos, os artistas, apenas consideram vertentes do que viemos aqui fazer. E continuam a se debater nas incertezas que pontificam nas permanentes discussões. Isso tudo por quê? Para uns o apego emocional, para outros o material. Se mesclam muitas vezes esses caminhos de pedra bruta, nunca lapidados satisfatoriamente. Mas nesse altar do nada está cultuada a personalidade que esmaga o pretensioso e apequena a humildade. Por isso, diante da evidência que salta do incerto ao certo da incerteza, muitos se recolheram de vez ao desapego e ao silêncio definitivo.
Conquistas passageiras e expressivas, evidenciadas somente na rapidez do momento, da fugacidade, não acendem a luz procurada.O silêncio tem mais a dizer do que tudo que o homem já disse, nele pode se ver a unidade que preside o universo.