MEGAEVENTO NO MANÉ
Pode-se dizer que o megaevento atraiu multidões por quatro motivos igualmente importantes: a abertura do Campeonato Brasileiro na capital do país, a importância da disputa entre dois dos maiores times do nosso futebol, a despedida do astro Neymar e a monumental beleza do Estádio Nacional Mané Garrincha.
É possível que a grande expectativa do jogo tenha-se ofuscado pela ausência de brilho das estrelas. Não as do espaço sideral que sempre fulguram no céu do Planalto. Quem não brilhou foram os jogadores do Flamengo e os do Santos, que nada têm de "estrelas", mas de astros, dentre os quais Neymar é o mais fulgurante. Mas, num jogo desse porte, no espaço que ele ocupou à luz dos mais potentes refletores e aos olhares de 69.200 torcedores, o brilho notável pelas câmeras e fotógrafos veio das lágrimas do Neymar. Foi naquele rosto o close mais detalhado, quase roubando a cena do mais importante palco esportivo no Brasil. O Estádio Nacional Mané Garrincha deslumbrou os olhos da multidão, ansiosa pelo gol não acontecido. Em futebol, não se sabe qual dessas três hipóteses é a mais frustrante: uma partida sem gol, um gol anulado ou um pênalti perdido. A primeira hipótese substituiu as tentativas e os “quase gols” pelos louváveis esforços do Flamengo. O astro Neymar não selou sua despedida com o que mais ele próprio desejava, além da torcida. E, não sei se por isso, a torcida do Flamengo o apupou. Mas o astro não perdeu seu brilho. Elegantemente altivo a todos acenou, iluminando-os com luz própria. Astro, repito; vez que este é o termo, masculino de estrela, erroneamente popularizado aqui no país do futebol.
Antecedeu-se a partida com o Hino Nacional sacrificado pela má interpretação de Elen Oléria. Não só ela, mas muitas outras cantoras têm feito da letra e da melodia do nosso hino um atestado de alienação coletiva, culpa maior de quem as convida. Já não se canta o Hino Nacional nas Escolas, mas nos eventos esportivos onde, pela maneira como o interpretam, seria mais respeitosamente patriótico não cantá-lo. Mas aconteceu, e a galera do “Fio Maravilha” foi no embalo da Oléria, arroz das festas brasilienses atualmente.
A importância da abertura do Campeonato Brasileiro serviu como teste definitivo para os próximos eventos, já no próximo dia 15 de junho a abertura da Copa das Confederações, jogo que certamente atrairá grande público. O estádio é um monumento à beleza e à modernidade. Surpreendentemente é maior que o Maracanã e, segundo a imprensa esportiva, está entre os melhores do mundo. Isto coloca Brasília no eixo dos grandes eventos futebolísticos nacionais e internacionais. Para isso também se tornou o mais caro e, consequentemente, o mais visado pela politicagem. Há, ainda, alguns reparos de última hora: mais pontos de entrega dos ingressos e água quente nos chuveiros dos vestiários. Os jogadores sentiram na pele a água fria de Brasília. O mais, tudo correu muito bem, pacificamente. Nada de briga entre torcidas, controle absoluto sobre armas, metais ou quaisquer objetos perigosos. A área central do Plano Piloto ficou quase toda interditada. O trânsito previamente controlado.
Bem localizado o Mané Garrincha, os ônibus gratuitamente transportavam torcedores até o metrô. Brasília deu um bom exemplo de urbanidade. Não foi só o Estádio Nacional que passou no teste; Brasília também. Que venha a Copa das Confederações; que venha a Copa do Mundo, e esta, sem repetir a terrível derrota de 1950, mas com o sucesso maior: o do hexa.
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Crônica dedicada a Sônia Villarinho, atendendo à sua simpática solicitação.
Pode-se dizer que o megaevento atraiu multidões por quatro motivos igualmente importantes: a abertura do Campeonato Brasileiro na capital do país, a importância da disputa entre dois dos maiores times do nosso futebol, a despedida do astro Neymar e a monumental beleza do Estádio Nacional Mané Garrincha.
É possível que a grande expectativa do jogo tenha-se ofuscado pela ausência de brilho das estrelas. Não as do espaço sideral que sempre fulguram no céu do Planalto. Quem não brilhou foram os jogadores do Flamengo e os do Santos, que nada têm de "estrelas", mas de astros, dentre os quais Neymar é o mais fulgurante. Mas, num jogo desse porte, no espaço que ele ocupou à luz dos mais potentes refletores e aos olhares de 69.200 torcedores, o brilho notável pelas câmeras e fotógrafos veio das lágrimas do Neymar. Foi naquele rosto o close mais detalhado, quase roubando a cena do mais importante palco esportivo no Brasil. O Estádio Nacional Mané Garrincha deslumbrou os olhos da multidão, ansiosa pelo gol não acontecido. Em futebol, não se sabe qual dessas três hipóteses é a mais frustrante: uma partida sem gol, um gol anulado ou um pênalti perdido. A primeira hipótese substituiu as tentativas e os “quase gols” pelos louváveis esforços do Flamengo. O astro Neymar não selou sua despedida com o que mais ele próprio desejava, além da torcida. E, não sei se por isso, a torcida do Flamengo o apupou. Mas o astro não perdeu seu brilho. Elegantemente altivo a todos acenou, iluminando-os com luz própria. Astro, repito; vez que este é o termo, masculino de estrela, erroneamente popularizado aqui no país do futebol.
Antecedeu-se a partida com o Hino Nacional sacrificado pela má interpretação de Elen Oléria. Não só ela, mas muitas outras cantoras têm feito da letra e da melodia do nosso hino um atestado de alienação coletiva, culpa maior de quem as convida. Já não se canta o Hino Nacional nas Escolas, mas nos eventos esportivos onde, pela maneira como o interpretam, seria mais respeitosamente patriótico não cantá-lo. Mas aconteceu, e a galera do “Fio Maravilha” foi no embalo da Oléria, arroz das festas brasilienses atualmente.
A importância da abertura do Campeonato Brasileiro serviu como teste definitivo para os próximos eventos, já no próximo dia 15 de junho a abertura da Copa das Confederações, jogo que certamente atrairá grande público. O estádio é um monumento à beleza e à modernidade. Surpreendentemente é maior que o Maracanã e, segundo a imprensa esportiva, está entre os melhores do mundo. Isto coloca Brasília no eixo dos grandes eventos futebolísticos nacionais e internacionais. Para isso também se tornou o mais caro e, consequentemente, o mais visado pela politicagem. Há, ainda, alguns reparos de última hora: mais pontos de entrega dos ingressos e água quente nos chuveiros dos vestiários. Os jogadores sentiram na pele a água fria de Brasília. O mais, tudo correu muito bem, pacificamente. Nada de briga entre torcidas, controle absoluto sobre armas, metais ou quaisquer objetos perigosos. A área central do Plano Piloto ficou quase toda interditada. O trânsito previamente controlado.
Bem localizado o Mané Garrincha, os ônibus gratuitamente transportavam torcedores até o metrô. Brasília deu um bom exemplo de urbanidade. Não foi só o Estádio Nacional que passou no teste; Brasília também. Que venha a Copa das Confederações; que venha a Copa do Mundo, e esta, sem repetir a terrível derrota de 1950, mas com o sucesso maior: o do hexa.
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Crônica dedicada a Sônia Villarinho, atendendo à sua simpática solicitação.