NAMORO NA VITRINE - Mini crônica
Eu me enamorei, à primeira vista, de uma carteira exposta numa vitrine. Em meio a tantas ela se sobressaia, não só pela beleza como também pelo preço exorbitante. Por que será que quando olhamos vitrines o objeto que mais gostamos é sempre o mais caro? Lá estava ela a atrair meu olhar como um ímã e eu a pensar: por que não tens três B? Bela, boa e barata? Imperturbável, ela continuava a me fitar e eu a me consolar: se fosse barata não seria boa e talvez nem bela. Esse "flerte" durou um tempo que eu não sei precisar porque, embevecida, acho que entrei em transe. Mas, até os sonhos acabam e, de repente, assustada, mas decidida, eu acordei. Foi só um namoro de vitrine. Não, eu não vou comprar. Jogo fora a velha e fico sem carteira. Afinal, aquela belezura valia mais do que todo o dinheiro que eu conseguiria colocar dentro dela! Ou ela vale muito ou eu é que ganho pouco...