EU, ROBÔ
EU, ROBÔ
Sou apenas uma máquina. Não tenho sentimentos. Fui criado apenas para servir e executar serviços que o homem não quer fazer. Ou seja, aqueles serviços que ponham em risco sua vida.
Estou programado para fazer um aperto de um parafuso em uma fábrica até serviços complexos em outros planetas, como procurar água em Marte. Serviços caseiros então nem se fala. Ficar andando de um quarto a outro tirando pó do chão, como já mostraram na TV. Comodidade para os humanos pois não reclamo,não o levo à justiça para reclamar direitos trabalhistas, não descanso e não tiro férias. E outras vantagens que interessam a eles. Sou sempre usado para os mais diversos fins, inclusive arriscando minha própria “vida”.
Por exemplo: desarmar bombas ou entrar em ambientes para ver se não há perigo para eles em executar o trabalho. Mas, também, executo outras coisas como trabalhos intelectuais. Jogar xadrez é um caso. Sou programado para disputar jogos com os humanos e para dificultar ao máximo a sua vitória. Tanto é que já “ganhei” partida de diversos campeões. È o máximo. Há muitos outros trabalhos dignos de serem feitos que trazem benefícios a humanidade que faço com prazer.
Mas confesso que estou começando a ficar assustado. Resolvem-se querer colocar uma “alma” em meu pobre corpo de metal e agir e pensar como eles? Ter sentimentos? A gostar? A odiar? Não quero ser um deles. Sei que há muitas pessoas com boas intenções, que são solidários com os próximos, que amam, que se respeitam que, enfim, agem como seres humanos. Mas não quero arriscar.
Não quero ser acusado de crimes hediondos e ser condenado à “morte” ou prisão perpétua. Só quero ser programado para fazer o bem.
Então cada um na “sua” que eu vou levando a “minha vida” tranqüila e em paz. Até quando vocês permitirem.