MINHA GRATIDÃO

Sonhei com meu vô Totó, essa noite que passou. Acordei com mais saudade ainda, desse vô querido, um verdadeiro pilar em minha vida. Lembrei-me do colo generoso, que sempre encontrava, ao me sentar e aconchegar-me em seus braços afetuosos, para ouvir suas estórias. Recordei a serenidade sempre presente em seu olhar, sua voz mansa, seu coração, cheio de bondade. 
Tantos momentos difíceis a vida me reservou, ainda em minha meninice, e seguiu sábia professora, a vida, e nunca me deixou sem provas para vivenciar. Há muito percebi que se não fosse esse porto seguro, amoroso de meu vô e vó, talvez eu tivesse sucumbido.
Ontem antes de dormir, assistindo um filme na tv a cabo, o personagem central disse: "diga a quem você ama e que já morreu, tudo que sente por ele, pois, ele pode escutar tudo que você diz". Creio nisso, ah, como creio. Por isso, sempre digo ao meu vô e vó, o tamanho da minha gratidão e amor por eles. E todas as vezes, minha alma se emociona, lembrando tanto afeto que deles recebi.
Guardo a certeza, de que não seria quem eu sou, se de meus avós, não tivesse recebido tanto amor, se eles não tivessem me dado abrigo e proteção, em minha orfandade. Por isso busco ajudar a infância desvalida, sinto por cada criança que vive em um orfanato ou pelas ruas, sem o aconchego e a proteção de uma família. 
Todos nós, renascemos na terra, para adquirir aprendizado através das provas que vamos vivenciando. Porém, existem algumas provas, mais difíceis que outras. E a orfandade desamparada, eu não tenho dúvida, que seja, uma das mais dolorosas. 

(Imgem: Lenapena- Rodovia dos Tamoios)


Lenapena
Enviado por Lenapena em 27/05/2013
Reeditado em 27/05/2013
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