Quanto a tempo
Quem dera fosse um conto de fadas essa vida nossa,
Que, por perdidas vezes, passa diante dos nossos olhos num tempo desconexo e particular.
E quem foi que disse que o tempo é igual para todo mundo?
Tempo que cura, tempo que afasta, que revela, que conjura.
Tempo que nos foi dado e agora nos é tomado, aos poucos, em doses letais e cheias de desapego.
E o tempo que achávamos que era nosso, na verdade é do mundo,
Que gira apressado, sem compasso, apenas sobrepondo de minuto em minuto.
Tempo que mata, que envelhece, que nasce, que cresce.
Tempo este que me questiono: “Desistir nunca! Mas, e descansar, a gente pode?”
E ele calado permanece, apenas fazendo seu trabalho de atropelar planos, encurtar vidas, desfazer sonhos.
E há quem diga que o tempo cura!
No fundo, o que cura mesmo é o que a gente sente por dentro,
E o tempo? É só um fator externo ao qual a gente deu muito valor!