Festa na laje
Debruçado na janela olhando e vendo o que há de bom para olhar e ver, olho e vejo a reunião de gente humana na laje do prédio lá do outro lado da rua, sinto inveja. Faz tempo, muito tempo mesmo, que não recebo amigos para festa em meu cantinho. Na verdade faz tempo que fujo de reunião com os amigos, minha companhia tem desagradado até a mim mesmo nos últimos meses. É prova de amizade poupar os amigos de companhia desagradável, mas sinto muita falta deles reunidos em volta das mesas unidas nos bares e botecos.
A festa que não vejo enquanto converso com você nas minhas sempre maltratadas linhas continua, e eu torço para que não chova. Seria uma pena se chovesse. É bom ver gente humana reunida festejando, ver a chegada dos convidados, os abraços, tapinhas nas costas, os beijos nas faces entre homens e mulheres, os homens raramente trocam beijos nas faces quando se encontram, e eu sei o porquê, eles temem gostar de mais da conta e aí...
Reunir amigos e festejar qualquer coisa sempre é legal, é bacana pra caramba. Mas há um porém. Gente humana com mais de sessenta anos tem o péssimo e necessário hábito de morrer. As festas e reuniões vão ficando cada vez mais esvaziadas de convidados. Sempre tem alguém que se lembre da ultima vez em que o fulano esteve presente, e logo são lembrados outros fulanos e fulanas que nunca mais receberão convites para festas e reuniões com os amigos que insistem em continuar vivos. Por alguns instantes o clima festivo dá lugar a um clima de doídas saudades. Amigos para sempre vivos em nossas lembranças. Tomara que não chova.
Debruçado na janela olhando e vendo o que há de bom para olhar e ver, olho e vejo a reunião de gente humana na laje do prédio lá do outro lado da rua, sinto inveja. Faz tempo, muito tempo mesmo, que não recebo amigos para festa em meu cantinho. Na verdade faz tempo que fujo de reunião com os amigos, minha companhia tem desagradado até a mim mesmo nos últimos meses. É prova de amizade poupar os amigos de companhia desagradável, mas sinto muita falta deles reunidos em volta das mesas unidas nos bares e botecos.
A festa que não vejo enquanto converso com você nas minhas sempre maltratadas linhas continua, e eu torço para que não chova. Seria uma pena se chovesse. É bom ver gente humana reunida festejando, ver a chegada dos convidados, os abraços, tapinhas nas costas, os beijos nas faces entre homens e mulheres, os homens raramente trocam beijos nas faces quando se encontram, e eu sei o porquê, eles temem gostar de mais da conta e aí...
Reunir amigos e festejar qualquer coisa sempre é legal, é bacana pra caramba. Mas há um porém. Gente humana com mais de sessenta anos tem o péssimo e necessário hábito de morrer. As festas e reuniões vão ficando cada vez mais esvaziadas de convidados. Sempre tem alguém que se lembre da ultima vez em que o fulano esteve presente, e logo são lembrados outros fulanos e fulanas que nunca mais receberão convites para festas e reuniões com os amigos que insistem em continuar vivos. Por alguns instantes o clima festivo dá lugar a um clima de doídas saudades. Amigos para sempre vivos em nossas lembranças. Tomara que não chova.