Presente (Favos de Mel - de Lúcia Rodrigues)
Uma doçura de presente, o livro Favos de Mel, de Lúcia Rodrigues (aqui Fernanda Araújo) que recebi pelo Correio. Sou daquelas que lê tudo em um livro: orelha, agradecimentos, apresentação, dedicatória. Só depois entro na aventura principal, nem sempre pelo começo. Assim, escolhi para começar “Eu quero ter um milhão de amigos”, crônica do centro do livro.
A leveza com que Lúcia dá vida às histórias nos faz voltar ao tempo em que tudo aconteceu. Desde objetos desaparecidos de nosso cotidiano, aos costumes da época, são trazidos por excelente memória. Como o nome do livro sugere, há também histórias de abelhas. O sabor dourado da boa literatura nos prende às páginas que queremos devorar de uma vez. Imagino, iluminando a face da escritora, um sorriso nostálgico ao dar passagem a personagens idos, às travessuras e sustos pregados pelas crianças, o tempo de escola durante a própria meninice.
Por que escolhi para início de aventura a crônica com o tema da canção de Roberto Carlos? Curiosamente, ao abrir a caixa de correspondência onde estava o livro, pensava em escrever sobre amizade sob o mesmo título. Não que eu queira ter um milhão de amigos. Já me sinto mal por não dar a devida atenção aos que tenho. Verdade que com a rede mundial de computadores amigos podem se multiplicar geometricamente. Por falar em verdade, há os que defendem que amigos de verdade são raríssimos. Lembro-me do contraponto de Vinícius de Moraes, cuja poesia sobre amizade é insuperável.
Creio que toda amizade é verdadeira. Amigos podem desempenhar papéis diferentes em nossas vidas. Há amigos para o boteco, outros para discussão filosófica (às vezes os mesmos do boteco), alguns que permanecem por décadas, outros andam a nosso lado por curto trecho do caminho e há os que são pau-pra-toda-obra. Dedicar tempo é presentear cuidado. A aceleração do cotidiano, as horas nas redes sociais, as preocupações com a própria sorte mudaram a face da amizade. No mundo virtual, algumas amizades são iniciadas pelo gesto de ler, comentar, cutucar ou curtir um texto ou imagem.
Amigos não são medidos por fórmulas, não são perfeitos (salvo os que elegemos a categoria de anjos). Por mais que o espaço os separe de nós, dão um jeito de se fazer presentes. Ser presenteada com Favos de Mel é uma das provas de amizade sem fórmulas. Presente literário mais precioso ainda por vir dentro de um pacote maior, a amizade.
Uma doçura de presente, o livro Favos de Mel, de Lúcia Rodrigues (aqui Fernanda Araújo) que recebi pelo Correio. Sou daquelas que lê tudo em um livro: orelha, agradecimentos, apresentação, dedicatória. Só depois entro na aventura principal, nem sempre pelo começo. Assim, escolhi para começar “Eu quero ter um milhão de amigos”, crônica do centro do livro.
A leveza com que Lúcia dá vida às histórias nos faz voltar ao tempo em que tudo aconteceu. Desde objetos desaparecidos de nosso cotidiano, aos costumes da época, são trazidos por excelente memória. Como o nome do livro sugere, há também histórias de abelhas. O sabor dourado da boa literatura nos prende às páginas que queremos devorar de uma vez. Imagino, iluminando a face da escritora, um sorriso nostálgico ao dar passagem a personagens idos, às travessuras e sustos pregados pelas crianças, o tempo de escola durante a própria meninice.
Por que escolhi para início de aventura a crônica com o tema da canção de Roberto Carlos? Curiosamente, ao abrir a caixa de correspondência onde estava o livro, pensava em escrever sobre amizade sob o mesmo título. Não que eu queira ter um milhão de amigos. Já me sinto mal por não dar a devida atenção aos que tenho. Verdade que com a rede mundial de computadores amigos podem se multiplicar geometricamente. Por falar em verdade, há os que defendem que amigos de verdade são raríssimos. Lembro-me do contraponto de Vinícius de Moraes, cuja poesia sobre amizade é insuperável.
Creio que toda amizade é verdadeira. Amigos podem desempenhar papéis diferentes em nossas vidas. Há amigos para o boteco, outros para discussão filosófica (às vezes os mesmos do boteco), alguns que permanecem por décadas, outros andam a nosso lado por curto trecho do caminho e há os que são pau-pra-toda-obra. Dedicar tempo é presentear cuidado. A aceleração do cotidiano, as horas nas redes sociais, as preocupações com a própria sorte mudaram a face da amizade. No mundo virtual, algumas amizades são iniciadas pelo gesto de ler, comentar, cutucar ou curtir um texto ou imagem.
Amigos não são medidos por fórmulas, não são perfeitos (salvo os que elegemos a categoria de anjos). Por mais que o espaço os separe de nós, dão um jeito de se fazer presentes. Ser presenteada com Favos de Mel é uma das provas de amizade sem fórmulas. Presente literário mais precioso ainda por vir dentro de um pacote maior, a amizade.