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DINHEIRAMA ENTERRADA NA COPA
Efeitos positivos na realização de uma Copa do Mundo? Sem dúvida. São inúmeros e todos sabem disto. Mas existem causas danosas, também, com sequelas apreciáveis. A maior destas é a dinheirama enterrada na suntuosidade do megaevento.
Não quero pôr vinagre nas duas, que vão vir aí, tão anunciadas e decantadas, em prosa e versos. Que nos venha, sim, com muita paz e bastante êxito, a Copa de 2014. Muito menos irei botar cafanga, ou inventar defeitos, na Copa das Confederações, que também nos está a bater à porta.
Qualquer evento esportivo sairá dispendioso, ainda mais quando se trata de uma competição transnacional, e no futebol, que virou uma cachaça em todos os continentes. Contudo, em embates de tamanho porte, já por ser uma competição mundial, em especial a Copa do Mundo certamente tem a sua banda boa e proveitosa, no campo econômico.
Traduzindo o lado dos que criticam a farra do dispêndio de dinheiro público, nesses megaeventos, de feições astronômicas, vou aqui colocar nas tintas os valores empregados em meia dúzia de estádios brasileiros. Ninguém se assuste, é apenas a dinheirama enterrada nos estádios para albergar dois fatos esportivos.
Disse eu, por ignorância, “estádios”?! Que termo mais ultrapassado. Agora, na modernidade, a FIFA diz que devem chamar-se “arenas”. E nem de arena gosta este um, pois nos faz lembrar aquela funesta e famigerada sigla, falsamente política, que deu esteio, no País, aos generais do golpe de 1964.
Então vejam, aí, a farra, uma derrama estrondosa do “vil metal” do povo brasileiro, tudo enterrado nas carcaças de muito fausto, como gigantescos elefantes caiados. Vale dizer, as tais “arenas” (bobagem) da FIFA a todos nós foram impostas de goela abaixo.
Como cabeça-chata, sem nenhuma neura para levar ao sofá do analista, e já puxando brasa para a nossa sardinha, primeiro aí vão integramente as cifras gastas no velho campo de futebol (o maior) de Fortaleza, hoje o quase proscrito Estádio Governador Plácido Castelo, apelidado de “Castelão”.
Aprumem-se na cadeira, para não cair de costas. Lá, no nosso gigantão caiado, enterraram a bagatela de R$ 518,6 milhões* (capacidade para 63.903 lugares, tão só para a realização de três jogos, na Copa das Confederações). E, pelo sim e pelo não, vangloriam-se os gerentes da obra de ter sido a primeira “arena” prontinha da silva, ainda com acesso e escoamento de veículos indefinidos, com obras em andamento, numa incúria imperdoável. Dito isto, passo a botar o preto no branco, citando o rodo de dinheiro enterrado nos outros cinco estádios brasileiros. (Viche!..., “arenas”, não foi o que falei?).
Em Belo Horizonte, no “Mineirão”, também para três partidas da CC, enterraram R$ 695 milhões (capacidade de 65.000 lugares); em Salvador, no estádio “Fonte Nova”, o custo foi de R$ 591,7 milhões, com capacidade para 55.000 lugares (três jogos da CC); no Rio de Janeiro, palco do “Maracanã”, foi gasto R$ 1,12 bilhão, com 78.838 lugares (três jogos da CC); em Recife, gastos R$ 930 milhões, para 46.000 lugares (três jogos da CC) e, finalmente, no Distrito Federal, no campo “Mané Garrincha”, os custos foram de R$ 1,2 bilhão (apenas um jogo da Copa das Confederações).
Já para descartar o gênio das “pernas tortas”, porque “rei morto” e de uma simplicidade franciscana, que foi Garrincha, cretinamente agora só se diz Estádio Nacional de Brasília, uma maneira de ofuscar até apagar de vez da memória nacional o maior dos melhores atletas do futebol brasileiro, e sem dúvida nenhuma de todos os tempos.
Se todos nós achamos melhor enterrar grana em copas e estádios de futebol, produzindo lucros astronômicos para a FIFA, cartolas e pernas-de-pau que vão a preço de ouro para os times da Europa; se tudo isso é incomparavelmente melhor que casa e comida para o povo, creches para as crianças, saúde e educação para todos, então viva a drenagem do dinheiro público que escorreu pelo Tietê, pelo Amazonas e pelo Capibaribe. Bra-sil, sil, sil, sil!...
Não quero pôr vinagre nas duas, que vão vir aí, tão anunciadas e decantadas, em prosa e versos. Que nos venha, sim, com muita paz e bastante êxito, a Copa de 2014. Muito menos irei botar cafanga, ou inventar defeitos, na Copa das Confederações, que também nos está a bater à porta.
Qualquer evento esportivo sairá dispendioso, ainda mais quando se trata de uma competição transnacional, e no futebol, que virou uma cachaça em todos os continentes. Contudo, em embates de tamanho porte, já por ser uma competição mundial, em especial a Copa do Mundo certamente tem a sua banda boa e proveitosa, no campo econômico.
Traduzindo o lado dos que criticam a farra do dispêndio de dinheiro público, nesses megaeventos, de feições astronômicas, vou aqui colocar nas tintas os valores empregados em meia dúzia de estádios brasileiros. Ninguém se assuste, é apenas a dinheirama enterrada nos estádios para albergar dois fatos esportivos.
Disse eu, por ignorância, “estádios”?! Que termo mais ultrapassado. Agora, na modernidade, a FIFA diz que devem chamar-se “arenas”. E nem de arena gosta este um, pois nos faz lembrar aquela funesta e famigerada sigla, falsamente política, que deu esteio, no País, aos generais do golpe de 1964.
Então vejam, aí, a farra, uma derrama estrondosa do “vil metal” do povo brasileiro, tudo enterrado nas carcaças de muito fausto, como gigantescos elefantes caiados. Vale dizer, as tais “arenas” (bobagem) da FIFA a todos nós foram impostas de goela abaixo.
Como cabeça-chata, sem nenhuma neura para levar ao sofá do analista, e já puxando brasa para a nossa sardinha, primeiro aí vão integramente as cifras gastas no velho campo de futebol (o maior) de Fortaleza, hoje o quase proscrito Estádio Governador Plácido Castelo, apelidado de “Castelão”.
Aprumem-se na cadeira, para não cair de costas. Lá, no nosso gigantão caiado, enterraram a bagatela de R$ 518,6 milhões* (capacidade para 63.903 lugares, tão só para a realização de três jogos, na Copa das Confederações). E, pelo sim e pelo não, vangloriam-se os gerentes da obra de ter sido a primeira “arena” prontinha da silva, ainda com acesso e escoamento de veículos indefinidos, com obras em andamento, numa incúria imperdoável. Dito isto, passo a botar o preto no branco, citando o rodo de dinheiro enterrado nos outros cinco estádios brasileiros. (Viche!..., “arenas”, não foi o que falei?).
Em Belo Horizonte, no “Mineirão”, também para três partidas da CC, enterraram R$ 695 milhões (capacidade de 65.000 lugares); em Salvador, no estádio “Fonte Nova”, o custo foi de R$ 591,7 milhões, com capacidade para 55.000 lugares (três jogos da CC); no Rio de Janeiro, palco do “Maracanã”, foi gasto R$ 1,12 bilhão, com 78.838 lugares (três jogos da CC); em Recife, gastos R$ 930 milhões, para 46.000 lugares (três jogos da CC) e, finalmente, no Distrito Federal, no campo “Mané Garrincha”, os custos foram de R$ 1,2 bilhão (apenas um jogo da Copa das Confederações).
Já para descartar o gênio das “pernas tortas”, porque “rei morto” e de uma simplicidade franciscana, que foi Garrincha, cretinamente agora só se diz Estádio Nacional de Brasília, uma maneira de ofuscar até apagar de vez da memória nacional o maior dos melhores atletas do futebol brasileiro, e sem dúvida nenhuma de todos os tempos.
Se todos nós achamos melhor enterrar grana em copas e estádios de futebol, produzindo lucros astronômicos para a FIFA, cartolas e pernas-de-pau que vão a preço de ouro para os times da Europa; se tudo isso é incomparavelmente melhor que casa e comida para o povo, creches para as crianças, saúde e educação para todos, então viva a drenagem do dinheiro público que escorreu pelo Tietê, pelo Amazonas e pelo Capibaribe. Bra-sil, sil, sil, sil!...
Fort., 26/05/2013.
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(*) As cifras de custos dos estádios, assim como os dados da capacidade de assentos dos mesmos, eu os retirei do cad. ESPORTES, encarte de O POVO, Fortaleza-CE, 26/05/2013.