Enferrujado
Minhas duas principais motivações ao correr: a música e o monitoramento dos batimentos cardíacos. Isso me faz superar meus limites. Me faz crescer na corrida. Não faço isso pelo dinheiro. Aliás, corrida gera mais gasto do que 'ganho'. Por que, então, insistir nisso? Porque o dinheiro não é o principal elemento da motivação. Aliada da motivação, chama-se prazer, prestígio, saúde, mulheres, andar bem vestido, estética. O sentido da corrida eu alcanço quando nela foco minhas energias.
E, porque no meu trabalho, as pessoas são desmotivadas?
Porque muitas não sabem o que querem. Não sabem o que estão fazendo aqui. Porque, algumas terminam o dia, sem terem sido monitoradas. Seus batimentos cardíacos não foram registrados. Elas não foram confrontadas com suas metas, porque aqui não há metas. Aqui não há produtividade definida. Aqui, se faz ao acaso. Aqui, se faz de qualquer jeito.
E a música, será que ela encontra espaço no seu trabalho? Só se for música de velório. Porque, música dançante, que anima e coloca o funcionário para fazer, aqui também não tem. A música é o motivo da corrida. Ela me enfeitiça. Ela me torna objetivo, assertivo. Ela dá sentido ao meu trabalho. Ela, me faz 'voar'. Ela é minha fantasia.
No meu trabalho isso não existe. Não existe a festa; não existe a integração. Existe, isto sim, a rejeição. É claro, que não posso generalizar. É injusto falar assim. As exceções existem, embora sejam raras. Nem tudo estar perdido.
Mas, no âmbito geral, o motor que deveria engrenar essa máquina não está aquecido. Tá frio e empoeirado. Tá enferrujado!