VARRENDO FOLHAS
Varrendo as folhas secas, que nessa época enchem o chão do meu jardim, olhei para o alto e vi as enormes palmeiras, fazendo sombra fresca, e dizendo-me: "veja como estou bela, você recolhe minhas velhas folhas, mas as novas, verdes e frescas, já cresceram, dando-me beleza e vida."
Enquanto varria, uma criança passou no carrinho, sendo conduzida por sua avó, quer dizer eu pensei que fosse, mas ao me dar bom dia, e trocar algumas palavras, ela me contou que é a bisavó da menina, e está passando uma temporada no condomínio, na casa da neta.
Fiquei pensando como a vida se serve do tempo. Com ele, cada qual pode fazer a tarefa que lhe compete.
A árvore precisa que se cumpram as estações para por fora as folhas velhas, e, assim as novas nascerem, e para isso necessita do concurso do tempo.
A criança, precisou esperar sua vez, na fileira daquela família para chegar a terra, e isso só ocorreu com o passar do tempo.
Nada, aconteceria sem a ação preciosa das horas. Muitas vezes precisamos dar tempo ao tempo, para que: problemas se resolvam, dores se diluam, lutos sejam vividos, amores amadureçam, e mal entendido, vire bem entendido.
O tempo, sem dúvida é o bem mais precioso que temos, o minuto que passou, ficou para trás, esse que estou usando para escrever essa linha, já está quase se esgotando, e o próximo, ah, o próximo eu não sei se o terei. Por isso, ao longo da vida, fui aprendendo a valorizar cada segundo, e desfrutá-lo como se fosse o último.
(imagem: Lenapena)
(imagem: Lenapena)