Espaços vazios

A porta se abre através de suas próprias mãos. Busca alguém. Um que seja, a iluminar seus olhos, cheios de esperança e saudades infinitas. Adentra a espaçosa sala, completamente vazia.

Precisa tanto alguém encontrar. Onde estarão?

Conforme descobre os espaços, observa o lugar empoeirado dando sinais que nada nem ninguém caminha neste lugar á muito tempo.

Aonde foram todos? Esqueceram-se dela? Não sabem da importância de cada um para sua vida?

Terão os mesmos sentimentos ou suas prioridades serão outras?

Pensa intensamente que antes que transponha o último cômodo se depare com algum de seus amores. Caminha, caminha. Observa buscando alguma pista. Nada ocorre para prazerosamente ser surpreendida. O coração ansioso, mas esperançoso bate acelerado nessa dolorosa busca.

Balbucia algumas palavras e nomes, que só a ela dizem respeito.

Quanto mais verifica o lugar,mas a certeza que está sozinha nessa busca se faz presente. Perde a noção do tempo. Ouve o som de seus passos e admirada verifica estar deixando pegadas umas sobre as outras. Sente o calor das lágrimas, a invadirem seus doces e tristes olhos.

Precisa de vocês. Se permitam serem encontrados. A troca se faz necessária. O tempo voa e o amanhã poderá te negar a oportunidade de juntos estarem.

Lança um último olhar para o vazio lugar e aos prantos pergunta: Onde estão?

Nesse instante a porta se veda as suas costas, produzindo discreto barulho.

Acorda, voltando a realidade.

Suas buscas terminaram? Certamente que não. Apenas seguem seu curso, deixando claro que cada dia e situação são presentes para o crescimento que se faz sempre necessário.