Uma verdadeira  tresloucada por amor existe, de fato, se não fora pessoa da família que se encontrava nesses “cruzeiros -marítimos” que ultimamente circulam por aí na orla  brasileira,para atrair turistas de qualquer geração,  um dos viajantes que me contou,esta “estória”... Não daria para acreditar...,de imediato. Mas vamos lá.
Que é normal se sentir mal nessas embarcações, pelo balanço do mar ainda se entende, se fosse por confinamento num paquete desses bem chatos,inteiramente pleno da terceira idade vá lá o fenômeno... fato corriqueiro,ultimamente... Enjôo de terceira idade tem “know how”.Há quem goste!Eu, pessoalmente, estou fora disso.Gosto de viajar,mas de avião...
“Navegar é preciso”, segundo o poeta Fernando Pessoa em sua obra genial e conclui “viver não é preciso”...in “Tabacaria” (Alvaro de Campos).O poeta viveu quando o avião era brinquedo de ricos-aventureiros e “filhos de papai”. Verdade, que navegar era a única solução...
Por tal expressão e por conhecer a humanidade por sete décadas o fato em si não se torna tão  estranho, pelo o que ocorreu no turismo marítimo,recente, testemunhado por pessoa bem chegada a mim...É tudo verdade!
Se “ navegar é preciso” – conforme dizia o poeta- mas “viver não é preciso”, nesse “tour” duas coisas ocorreram de forma tão intensa que causou “frisson” em toda tripulação e mais passageiros insuspeitos.
Assim foi o caso, inusitado!                                                                                                                                  Uma passageira de integridade ilibada no  meio social, professora de longos anos,solteira, emocionou-se –intensamente- por um belo rapariga da tripulação e a coisa cresceu a ponto de chegar ao conhecimento de todos.Um especialista em sexologia classificaria de “furor uterino”... Virou um escândalo...e chegou o fato até ao conhecimento do comandante do navio.Homem de experiência de navio e de mar.  O moçoilo vestia branco e era emolumado...Não passava despercebido pela mulherada da 3ª. Idade,viajantes em busca de diversão e fugir da modorra do casco navegante,sem pompa e circunstâncias....
Como soe acontecer presume-se que comandante de navio é pessoa centrada, conhece não só a rota do navio,o caminho das pedras, mas também a conduta dos homens,em geral.
O que fez o comandante numa situação tão embaraçosa, um “affair” de tripulação e passageira em seu navio? A baixaria já havia tomado conta da circunstância...e o escândalo havia chegado até a casa de máquinas.
O que fez o comandante que é autoridade máxima da embarcação, tem poder de registro de nascimento, casamento, falecimento, poder de prisão e outros mais. Para resolver o impasse mandou parar a embarcação para entrar num acordo entre a tresloucada passageira e o tripulante que não era de desmunhecar.O escândalo já havia sido espalhado a toda tripulação do paquete e tirado do sério o circunspecto comandante.Como sempre,o último a saber... Apesar do imenso mar, e perante o comandante, ambos,tripulante e passageira estavam ”sem nada a explicar”.Presume-se...
Explicar o quê?? Furor uterino não consta nem em livro de psiquiatría...ao que sei,apesar de nada entender dessa matéria... É loucura, ou desvio de conduta hormonal?
Diante de um navio parado, não por borrascas do mar ,mas furacões de amor, mandou o chefe prender o tripulante, com toda honra e circunstância,prometendo para depois mais providências...Por outro  a tresloucada passageira deveria procurar seu camarim e transformá-lo em circulo de muita oração e devoção à deusa Iemanjá. A rainha do mar dos Umbandistas.Até que os laços de amor sejam separados pelo “tour”, turbulento!! Esse fenômeno não afundou o navio, que terminou sem outros incidentes.Mas que agitou,agitou o pessoal da terceira idade...Não sei o fim da história e fico por aqui,mas isso aconteceu mesmo,nas costas marítimas brasileiras. Eu vi um dia um belo filme norte- americano- “Um dia de Furor”- ótimo,um drama. Uma obra de arte. Mas, furor uterino só ouvi dizer...recentemente.