CAOS
Nos últimos dias, o decorrer do tempo foi apenas um sinônimo escondido para uma vontade crescente de procurar desesperadamente uma paz mental.
Tanto escrevi, filosofei e procurei isto! De formas diversas e em lugares diversos. Apesar do retorno abusivo do Caos Mental, devo admitir que os resultados foram incríveis. Saciei vontades e apreciei momentos puros, profanos e imprevisíveis. Imensas foram as descobertas de elementos que podem fazer bem ao homem, ou ao menos a mim.
Minhas conclusões metafilosóficas trouxeram imagens incríveis de um mundo frenético que mais se preocupa em saciar as necessidades e atender responsabilidades de um sistema social que se diz mútuo, mas que apenas alimenta o cansaço mútuo.
Ora essas, se todos trabalham e se esforçam para ajuda um sistema que beneficia aos outros, então todos ajudam todos? Logo, chega a ser incompreensível ver pessoas que não têm tempo para elas mesmas!
Absurdo! Que demanda é essa que mudou a necessidade do inglês intermediário e 6 horas diárias de trabalho para a obrigatoriedade de poliglotas fluentes com formação superior e 8 horas diárias de trabalho por um salário que não chega a dois salários mínimos?
Mas, à medida que vou escrevendo isto, compreendo ainda mais o motivo para a falta de tempo livro de uma parte crescente da população: Não se faz nada produtivo.
Infelizmente, uma grande maioria simplesmente não aceita ter um tempo livre em mãos sem estragar o processo produtivo próprio ou alheio enquanto apenas colabora para acumular o Caos Mental.
Uma pena. Existem grandes pessoas de ótima índole que vão sofrendo de insuficiência e fadiga mental pelo simples fato de não conseguirem deixar de ser bondosas ou abandonar suas responsabilidades sociais.
Para essas pessas, alguns diriam "Parabéns!". Não que não mereçam, mas eu as aconselharia a procurar algo que as livrasse da fadiga mental diária, pois quando essas pessoas "pifarem", o mundo quebra junto.
Maldita Demanda Indecente! Maldita Decência Eloquente!
E quanto a mim? Qual o meu porquê?
Eu olho em volta e sou obrigado a observar lições supérfluas e lentas num ambiente estudantil que, por melhor que seja, ainda não condiz com meu ritmo, minha direção de pensamentos e nem está pronto para as descobertas que venho fazendo.
São tantas ideias, mas tanta matéria fútil (uma forma rude de dizer que simplesmente são fáceis demais e desconexas das coisas que realmente me importam)... Tantas descobertas e tantos valores e demandas inversamente absurdos... Há tantas coisas que faço, tantas que me (obrigam) pedem para fazer e tantas que estou fazendo... Fazendo... Fazendo... Vou acabar enlouquecendo...
Ninguém está pronto para a Demanda. Ninguém está pronto para mim.
Nem eu mesmo.