(des) ordem?

Acordei com pingos de chuva quebrando na minha janela. Aquela melancolia instantaneamente tomou conta dos meus sentidos.

Caminho até lá, deixando as gotas de água quebrarem em meu corpo, nu. Preciso experimentar qualquer sensação que me faça querer estar viva. Abro os braços a fim de alcançar o impossível. Essa confusão toda. O que estou procurando?

Estou desrespeitando as palavras? Já que minha inspiração cessou. Ou, eu, por estar cansada, dramatizo tudo? Ah, odeio esses tipos de pensamentos rodeando minha cabeça.

Meu apartamento continua o mesmo. Fico a parafrasear o ambiente. Fazendo cópias e cópias e cópias. Loucura? É louco querer achar um ponto em comum na confusão? Mas no mesmo? Fico mudando minha vírgula, para achar um sentido. Mas ele já foi encontrado? Em meio à adjetivações, cadê meus substantivos que lhe deem vida? Cadê minhas reticências para te surpreender? Se meu ponto final está ocultado.

Passei a noite em claro. Em meio ao clarão da situação que me cega tanto. Chego a confundir com a realidade: essa imoralidade toma conta de mim. Essas rimas pobres que engrandecem minhas ideias.

Sei eu que sou eu? Já que coloco meus personagens à mostra, mostrando ora uma objetividade ora aquela subjetividade absurda.

Meu literalmente caiu em desuso. Quero a fantasia. A irrealidade que possa deixar minha realidade brilhando, sendo bela.

Mas dramatizando tudo não vai adiantar. As palavras têm de ser transportadas para minha força externa. Parar de para começar a. Entende?

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 21/05/2013
Código do texto: T4301642
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