SAUDADE
Perdoe-me por haver escrito tanto, isso é saudade, e a saudade não conhece ponto final.
Nem de vírgulas ela gosta.
Desculpe-me por falar tanto, a saudade é só o começo dessa dissertação, o resto é emoção.
Você me vê mas não olha; olha, mas não me vê; eu invisível ou você insensível?
Onde está seu coração, enquanto o meu dispara? Onde está sua visão, enquanto a minha está marejada?
Você entrou nesta relação assim que eu saí de outra; preenchimento imediato, enquanto o passado se dissolvia, meu presente era você.
Nem imaginei que poderia ser assim este futuro.
Tenho que agir e reagir sobre isto.
As relações são estranhas, eu sei. As pessoas, eu sei, também, eu sou.
Mas isto não é desculpa para esfarrapar a saúde dos relacionamentos, já tão capengas, nestes tempos de entretenimentos e diversões voláteis, não duram nada, ou quase....
Eu e você, você e eu, dupla de dois, quase irmãos, prontos pra tudo, depois, não aconteceu como imaginei, apenas sonhei.
Eu nunca imaginei estar escrevendo desta forma, intuitiva e sentimental, a saudade dói, uma dor sem palavras, por isso estou escrevendo tanto.
Por que, me pergunto, a saudade não se cansa de bater à minha porta?