SAUDADE

Perdoe-me por haver escrito tanto, isso é saudade, e a saudade não conhece ponto final.

Nem de vírgulas ela gosta.

Desculpe-me por falar tanto, a saudade é só o começo dessa dissertação, o resto é emoção.

Você me vê mas não olha; olha, mas não me vê; eu invisível ou você insensível?

Onde está seu coração, enquanto o meu dispara? Onde está sua visão, enquanto a minha está marejada?

Você entrou nesta relação assim que eu saí de outra; preenchimento imediato, enquanto o passado se dissolvia, meu presente era você.

Nem imaginei que poderia ser assim este futuro.

Tenho que agir e reagir sobre isto.

As relações são estranhas, eu sei. As pessoas, eu sei, também, eu sou.

Mas isto não é desculpa para esfarrapar a saúde dos relacionamentos, já tão capengas, nestes tempos de entretenimentos e diversões voláteis, não duram nada, ou quase....

Eu e você, você e eu, dupla de dois, quase irmãos, prontos pra tudo, depois, não aconteceu como imaginei, apenas sonhei.

Eu nunca imaginei estar escrevendo desta forma, intuitiva e sentimental, a saudade dói, uma dor sem palavras, por isso estou escrevendo tanto.

Por que, me pergunto, a saudade não se cansa de bater à minha porta?

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 20/05/2013
Reeditado em 14/05/2015
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