O Pescador
Jonas era um Senhor de sessenta anos que morava em uma pequena cidade em uma cabana próxima a praia, em um local bastante isolado com sua família, mulher Deise três garotos um de 9 anos Rui, outro de 11 anos Juca o mais velho Elias com 13 anos e a pequena Sara com 2 anos.
Jonas sua vida toda fora pescador, aprendera o oficio com seu pai, que aprendera de seu avo, tinha um velho bote todo remendado, que quase sempre uma tábua ou outra apodrecia e ele tinha que fazer remendos, suas redes também, que ele mesmo tecia viviam cheias de remendo.
Apesar de muito pobres eram muito felizes, viviam única e exclusivamente da pesca, seu filho Elias um exímio nadador, quase sempre o acompanhava nas empreitadas mar adentro.
Quase sempre Jonas voltava com algumas corvinas, alguns pequenos cações e pescadas, que vendia nos mercadinhos locais, á alguns turistas ou a pequenos restaurantes , não podia avançar muito mar adentro pois seu barco era pequeno e tinha medo de tempestades e turbulências, tinha a certeza que seu pequeno barco não suportaria e pensava em sua família, se eu morrer o que será deles. Seu sonho é comprar uma lancha com motor, ai sim poderia adentrar o mar, e sempre lembrava em uma passagem da bíblia onde dizia que devemos lançar as redes em águas mais profundas. Se tivesse um equipamento bom poderia pegar até tubarões e peixes maiores e vendê-los nas companhias de pesca, ai sim ganharia um bom dinheiro.
Seu filho mais velho Elias queria ir embora dali, queria estudar, fazer faculdade ser um grande médico, desde a visita de uma equipe médica no vilarejo, admirou as roupas brancas, a forma como aquelas pessoas tratavam o povo, a manipulação dos equipamentos era tudo tão lindo, era o sonho de Elias.
Seus filhos foram crescendo e sempre naquela vidinha humilde, Elias já tinha completado dezoito anos e Rui quatorze , Juca dezesseis e Sara sete anos.
Quem o ajudava agora eram Rui e Juca, que sempre saiam para o mar acompanhando o pai, Elias ficava, já não queria ajudar, ganhara alguns livros de alguns médicos que visitaram a aldeia e passava dias lendo.
Más os garotos tinham que ir á escola e nem sempre podiam acompanhar Jonas na pesca, quase sempre ia sozinho, um certo dia sua esposa lhe diz, não temos nada na dispensa a comida que temos só dá para mais uns dois dias.
O mar estava bravo, nuvens enormes formavam-se no céu, más Jonas sabia que precisava pescar, sabia que tinha que ir, sua esposa ainda lhe disse, não vá por favor o mar esta muito perigoso a maré esta alta.
Más ele tinha que ir, e Jonas jogou as redes dentro de seu pequeno barco apanhou os remos e partiu, as ondas estavam muito fortes e uma corrente muito forte o puxava mar adentro. Jonas tinha a pele muito castigada pelo sol, em seu corpo parece que se formara uma couraça, os calos endurecidos, as unhas eram como garras, o tempo e os maus tratos do mar tinham cuidado para que Jonas se tornasse muito forte e quase nada o afetava.
Já em alto mar, sozinho Jonas observava o céu, seu lampião tinha apagado e mal enxergava o horizonte ou qualquer outra coisa, o barco balançava fortemente, as ondas enormes faziam que subisse e descesse como um elevador, o medo tomou conta de Jonas, que só conseguia lembrar uma pequena passagem da Bíblia “O Senhor é meu Pastor, nada me faltara”, em sua mente repetia com frequência essas palavras, uma chuva muito forte, um vento que jamais vira, pensou, hoje não volto para casa, cada vez mais o barco avançava mar adentro, houve uma pequena calmaria e Jonas pensou, nunca cheguei até aqui, por isso vou aproveitar e lançar minhas redes, e assim o fez.
Más a tempestade recomeçou desta vez com mai força, a chuva inundou seu pequeno bote, os remendos partiram-se, e tudo começou a se despedaçar, Jonas pediu a Deus, me salve Senhor, agarrou-se em uma pequena tábua de madeira, más por nenhum momento soltou as redes.
Ficou a noite inteira no mar, boiando naquela pequena tábua, até que depois de muito sofrimento e dor, a tempestade cessou. Ficou boiando por muito tempo, passou o dia inteiro ali, segurava as redes, sentia que estava pesada, e não largava, viu tubarões passarem perto rezou e nada lhe fizeram, apenas rodeavam, ficou quatro dias e quatro noites perdido agarrado aquela tábua, sentiu as redes se mexerem, enfiou a cabeça na água percebeu, que tinha muitos peixes, más alguns cardumes atacavam as redes e despedaçavam os que estavam presos.
O peso da rede aliviava, pensava em água comida, se imaginava sentado a mesa com a esposa e filhos comendo, um belo prato de comida e bebendo uma deliciosa e geladinha cerveja, começou a sentir pequenas mordidas na perna, alguns peixes o atacavam, batia com uma das mãos para afastá-los, já não aguentava mais, pensava em soltar a tábua, más a imagem de sua família lhe vinha a mente, então rezava.
Seis dias se passaram, sua família avisara a guarda costeira, os pescadores seus amigos saiam de barcos e lanchas á sua procura e nada, voltavam ao entardecer sem respostas e sem Jonas.
Más eis que surge um enorme navio cargueiro ao longe, quase sem forças Jonas acena, com um binóculo o imediato o avista, o capitão pede que coloquem um bote salva vidas ao mar e o resgatem, eles o tiram dá água, junto suas redes, agora com pouquíssimos peixes.
Levam-no até o porto onde uma ambulância o aguarda, Jonas pede que levem as redes para sua família, logo esta no leito de um hospital, sua família é informada e todos vão visitá-lo, o capitão do navio que o resgatara também vai, ele diz a Jonas que o pegaram a mais de seiscentos quilômetros da costa, ele se salvara por Deus porque aquelas águas eram infestadas de tubarões.
Jonas volta para casa, agora sem barco e doente, seus amigos pescadores procuraram ajudá-lo levavam mantimentos, peixes, pois tinha que ficar de cama por algum tempo. Pensou na rede e perguntou á esposa, ela lhe disse que estavam quase vazias, somente alguns atuns,duas pescadas alguns siris e uma ostra. Jonas se lamentou muito, perdi meu barco, as redes pela primeira vez estavam cheias, a prova suas mãos machucadas e com grandes cortes, os peixes comeram tudo.
Não lamente marido, Deus te salvou, você poderia estar morto agora, e nós sozinhos, graças a Ele você está aqui, podemos recomeçar, somos uma família de novo.
Os dias passaram e Jonas foi se recuperando, levantou-se da cama e disse a mulher, tenho que voltar a trabalhar, vou falar com os outros pescadores se posso ajudá-los em seus barcos, viu a pequena Sara sentada no quintal brincando com uma ostra, enterrava e desenterrava, pegou-a no colo e lhe disse, meu amor, desculpe o papai, eu queria tanto lhe dar um brinquedo descente, os outros filhos que estavam na praia o viram e correram, o abraçaram e lhe disseram, o maior presente Deus nos deu papai, ele nos devolveu o senhor, por favor papai, não volte mais para o mar. Más meus filhos eu não sei fazer outra coisa, do que vamos viver, sei lá papai, vamos a cidade procurar um emprego, nós o ajudaremos, más não volte ao mar.
A pequena Sara apanha a ostra e entrega ao pai, tome papai, abra isto, você não vai mais precisar trabalhar, um anjo apareceu em meu sonho e disse que a resposta para o senhor estava dentro desta caixinha.
Jonas olhou carinhosamente para filha e disse, meu amor eu não vou estragar o seu brinquedo, por favor papai abra, é um presente de Deus.
Jonas pega sua faca que esta no cinto e abre a ostra, e qual a sua surpresa uma enorme pérola, a coisa mais linda que já tinha visto, Deus seja louvado, retirou-a com cuidado e a mostrou aos filhos, olhem, a resposta para nossas preces, é apenas uma bolinha disse Juca, sim exclamou Rui, para que serve isso.
Jonas lhes explica, que trata-se de uma joia, muito cara, que leva muitos anos para se formar, talvez milhares de anos, ele não sabia ao certo, já ouvira falar, e seu valor era inestimável.
Jonas vendeu a pérola, uma ótima quantia em dinheiro, não o deixou rico más pode comprar uma casa na cidade, abriu uma loja de artigos de pesca, mandou seus filhos para escola na cidade e Elias para faculdade de medicina.
Foi a igreja com sua família ajoelhou-se diante da imagem de Cristo crucificado e agradeceu, “O Senhor é meu pastor nada me faltará”.