"Infelizmente, no Brasil"
Inicio essa pequena crônica, realçando o fato de que, não possuo a pretensão de me aprofundar no assunto e muito menos fornecer soluções válidas para tal. Meu objetivo é tão somente compartilhar algo que pude observar durante algumas leituras, palestras e conversas corriqueiras. Sou brasileira nata, mas não costumo enaltecer meu País com frequência e não posso dizer que o patriotismo corre nas minhas veias. Considero válido afirmar que nós, brasileiros, não temos o patriotismo inserido tão fortemente na cultura como, por exemplo, os estadunidenses. De certo, essa característica é advinda de nossa origem histórica, da influência das culturas e pelo próprio modo como se deu a lenta e conturbada evolução dos povos. Como já citei anteriormente, não pretendo me prolongar, creio ser fadigoso ler sobre algo que tanto já se foi dito, todo aquele discurso de que " os problemas do Brasil foram advindos do sistema colonial" e blá blá blá. Não é que o clichê esteja equivocado, meu objetivo não é apoiar ou criticar essa premissa. Onde quero chegar de fato é não precisamos ser patriotas e exaltar o Brasil e suas riquezas - coisa que aliás seria hipocrisia de minha parte defender, já que não o faço e nem pretendo fazer a partir de agora - mas será que por um minutos podemos dar uma pequena pausa nas criticas? É ótimo criticar, eu amo criticar, tanto é que constantemente utilizo crônicas como instrumento. Mas isso não significa dizer que criticar é a " solução para todos os problemas do mundo". Enfim, quero dizer que apenas cansei da expressão "infelizmente, no Brasil". Parece que tudo e absolutamente tudo, tem esse caráter de infelicidade, porque afinal "o sistema colonial e tantas invasões e dominações sofridas contribuíram para a nossa infinita e incurável pobreza". Fazemos da nossa pobreza a pior das doenças, como se a mesma não tivesse remédio e nem uma forma de amenizar sofrimentos. Não irei dar soluções políticas, já disse. Pouco entendo de política. Só peço, humildemente, que esse coitadismo seja reduzido. Nem que só um pouco. Meus ouvidos clamam por um "felizmente, no Brasil.
Peço desculpas pela informalidade e simplicidade com que foi tratado pela minha crônica esse assunto de nítida importância. Não me expressei da forma como queria, mas anseio pelo entendimento do conteúdo.
Abraços, Morgana Alencar.