Sonho ou Pesadelo?
Sonhei que era um justiceiro implacável, tinha uma descomunal força, mais parecia o Hulk. Farejava o crime como um RoboCop. Ao passar por um terreno baldio, ouvi por trás de um capinzal um grito de dor de uma criança sendo estuprada por um marmanjo, como um tigre, pulei nele e o degolei, cortei-lhe o bilau e o enfiei em sua boca goela abaixo.
Na minha procura de crimes bárbaros, encontrei os assassinos que jogaram álcool e fogo em uma dentista em São Paulo, fiz deles um feixe e joguei álcool e fogo, fiz deles uma fogueira viva desumana.
Em outro crime, coloquei um em cada Micro—ondas “pneus” eram os assassinos da modelo Eliza Samudio, joguei gasolina e fogo, viraram montinhos de cinza, só não joguei para os peixes para não contamina-los de coisa ruim.
Peguei aquele Play boy que arrancou o braço daquele operário e jogou no rio, arranquei seu rico braço e joguei no Rio Amazonas para o delírio das piranhas.
Aquele marginal que arrastou uma criança, presa pelo cinto de segurança, por diversas ruas de São Paulo, amarrei-o num vagão de trem ainda vivo e no final só tinha a corda, pedaços de seu corpo eram vistos sobre os trilhos.
Também o assassino da japonesa em São Paulo, amarrei nele uma roda de caminhão no peito e joguei-o em alto mar, apreciei suas borbulhas de respiração, sem dúvida foi um deguste para os tubarões.
Quando preparava para capturar outros assassinos de crimes bárbaros e fazer a minha justiça de sonhador, acordei, pensei comigo mesmo, isso não é um sonho, mas um pesadelo!
Dizem os interpretadores de sonhos que desejos e indignações manifestam através do subconsciente durante o sono. Conscientemente até por recomendações da Bíblia Sagrada diz para não matar. Se cometermos tais atrocidades com esses monstros, estamos nivelando a eles, mesmo por que a lei de talião formalmente não existe mais.
A nossa justiça mesmo capenga é que deve elucidar esses crimes hediondo de forma legalista.
Lair Estanislau Alves.