Custa crer
As coisas não são fáceis como se pensa. Não se consegue algo maior sem esforço, às vezes sofrido e penoso.
No entanto, não são todos que acreditam de imediato nestas afirmações. Na realidade, é preferível um autoengano aqui, outro mais adiante e quando se toma consciência, foi-se o tempo.
Mas não foi por esta razão que iniciei o texto. Queria falar da análise psicológica, conforme foi praticada e feita por Carl Gustav Jung. O cidadão começa a terapia, quase sempre por necessidade, ou é depressivo, ou ansioso demais, estes incômodos que costumam aborrecer a alma humana.
Escreve seus sonhos, conta-os para o terapeuta, fica em cima dos mesmos, tentando descobrir o que na realidade eles querem dizer. Algumas pessoas têm incrível capacidade de desvendar o que está oculto. Outras, embora o significado seja óbvio, não enxergam patavina de nada. E tocam a maldita análise por longos anos, aparentemente sem chegar a conclusão alguma. Chegar, chegam, mas não tomam consciência, é todo este o problema. O que poderia ser resolvido em uma sessão pode acabar durando anos.
Este longo processo de autoconhecimento nem sempre funciona com um interlocutor, ou analista, lá o que seja. É feito pelo próprio homem, ainda que não tome conhecimento do que está se passando.
Sempre acreditei que ele, uma vez iniciado, não tinha mais fim. Os anos mostraram isso com clareza. A busca de si mesmo não tem fim. Não gosto de frases feitas, nem citações. Mas algumas devemos respeitar como de grande profundidade e absoluta lógica. Assim acabei de ver uma afirmação de Albert Einstein: “quando a mente se abre para uma ideia nova, nunca mais terá o tamanho anterior.”
Ajudou em definitivo a acreditar que o processo é irreversível. Uma vez iniciado, não tem mais fim, até o nosso último dia.