Passagem cotidiana II
Estava sentado na bancada da varanda aqui, fumando um cigarro e pensando. O sol estava batendo e esquentando minhas costas. Lembrei de minha primeira passagem, era domingo e eu tinha dos meus 5 a 7 anos, não tinha muita coisa pra fazer eu fui pro meu canto de empinar pipa, porém nesse dia não tinha vento.
Tinha o sol agradável da alvorada entre as arvores da proa de minha casa e estava eu ali sentado sentindo o calor agradável do tempo.
Eu passava sobre a vida, sobre os problemas daquela época, sobre o universo e pensava nas nuvens que sempre me mostravam as imagens da vida.
Não imaginava, não pensava nas batalhas que iriam começar a pouco. Era filhinho de mamãe com apoio de minha madrinha, madrinha de Cristo, de fogo e sangue.
As batalhas começaram poucos anos depois, sangue por sangue Cristo pagou meu preço, mas levou minha segunda mãe. Depois disso me lembro moleque ativo, com menos de 10 já estava na rua correndo atrás do meu, da ajuda para minha mãe (não sei onde perdi esse sentimento).
Trabalhei de tudo que uma pessoa dessa idade poderia e algumas que não, conheci a rua bem antes de conhecer a mim mesmo e não acho que uma criança deveria.
Envelheci rápido, muito rápido para uma criança, aprendi coisas que hoje queria não ter aprendido. Aprendi que era fácil para uma criança extorquir, 171 era mato porque sabia muito mais que pessoas com quatro ou cinco vezes minha idade. Me achava prodígio hoje me acho profano.
Passagens e historias que não seriam suportadas em um livro. No final sou uma criança de 5 a 7 sob a luz do sol pensando nos problemas, pensando no universo e como as nuvens fazem imagens da nossa vida.