IMAGINAÇÃO

Olhava o mar da sacada do apartamento, o sol da manhã me esquentava depois de um sono agitado, confuso. A noite anterior me deixara exausto, tinha bebido, apenas alguns goles de whisk. Na avenida carros circulando, pedestres caminhando pela calçada. Um jovem estacionou a moto para conversar com a namorada, entre abraços e beijos, um bêbado passou por eles e arriscou um olhar e algum comentário, mas nem foi percebido. Na areia da praia alguns banhistas no deleite, algumas crianças brincando na areia e um vai e vem de homens e mulheres. Minha atenção foi despertada por uma jovem solitária sentada na areia, fazia movimentos nas nãos como acenos. Na minha imaginação eram para mim, já que seu olhar era para o prédio onde eu estava. Talvez precisasse de companhia, de alguém para expor algum assunto. Resolvi descer, ver de perto essa moça, tomando o elevador bem depressa. Em poucos minutos eu estava na praia após atravessar a avenida. Mas... cadê a moça? Não a encontrei apesar de ter ido exatamente ao local visto da sacada do apartamento. Procurei por alguns minutos e desisti, voltando para a sacada do meu ap, de onde a vislumbrei acenando e olhando para o prédio. Uma cena incrível que me deixou desnorteado, confuso. Lá estava ela na areia e até ensaiou um “vem cá” com uma das mãos. Não resisti e voltei para a praia e mais uma vez a desilusão de não encontrá-la. Regressei como um bobo e novamente na sacada pude ver que lá estava ela. Sorria como uma debochada, estava se divertindo comigo. Fui até a sala e tomei uma dose de whisk para acalmar, regressando para a sacada. Ela não mais estava lá, fiquei mais confuso ainda. Talvez eu não tivesse dormido direito depois de uma noite em claro. Talvez tivesse sido vítima da minha imaginação.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 18/05/2013
Reeditado em 18/05/2013
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