SALVE JORGE:
Por Carlos Sena
Por Carlos Sena
A NÓ-VELA Salve Jorge termina hoje. Pra mm com o para muitos é indiferente, pois costumo ver novela como passa-tempo, não como produto cultural. Produto cultural está mesmo nos livros e nos artigos bem escritos que a gente encontra nos diversos meios e veículos de comunicação sociais. De Salve Jorge, salva-se o tema, pois muitos não imaginavam que o tráfico de gente chegava às raias do absurdo e da violência como foram mostrados na novela. Independente de julgamentos, novela é novela e tem que ter os clichês inverossímeis para poder prender os noveleiros e assemelhados. Pra mim mesmo o ponto forte da novela foi que ela venceu o SILAS MALA FEIA. Ele e sua corriola teriam feito campanhas em suas igrejas para que a novela não tivesse audiência, mas teve. Ele fez isso porque achava em sua cabeça doentia que "Salve Jorge" fazia menção ao São Jorge - entidade ligada, digamos assim, à macumba e alhures.
Pois bem. A nó-vela foi até o final com os índices esperados de audiência. A rede Bobo tem todos os defeitos, mas não tem o de fazer novela ruim, quero dizer, com atores sem qualidade. O texto até pode ser fraco, mas o elenco, no geral é de primeira grandeza. Com Salve Jorge foi um pouco disso. O texto não agradou muito, mas teve a felicidade do "despertar" social para a causa do tráfico, conforme nos reportamos. Afora isso é só compreender que novela não é para se aprender modos de vida, pelo contrário, com ela geralmente se desaprende boas maneiras. Mas, de todo, as novelas não são o lixo que alguns falsos moralistas apregoam. Ruim e péssimo é o Big Brother e todos eles ou boa parte o assistem.
Prefiro meu laser. Prefiro reler a HORA DA ESTRELA da divina Clarice Lispector. Só que agora estou chique no ultimo, como dizem os paulistanos: estou lendo Clarice via ipod, poi comprei um e-book e fico lendo devagarinho até dormir... Ou não. Afinal, livro não é diazepan, mas como se trata de releitura ele também a isto se presta.
Salve Jorge termina na sexta - dia bom dos terreiros trabalhares. Dia bom de soltar a franga. Dia branco para quem gostar de branco e dia preto para quem dele também gostar. Afinal, na moda do politicamente correto a gente fina com o nosso "na reta" com meto de cometer alguma agressão vernacular ou vocabular....
Por isso, que o Silas Málacraia se lasque, pois a novela independente das suas torcidas e rezas contra ela é um sucesso. Priu. Pronto. Fui.