Dia de sol
Bom dia, amigos e leitores do Facebook! Tenho a alegria de lhes comunicar, bem como ao mundo, que Marabá está, linda e gostosamente, enfeitada de sol nesta manhã de 17 de maio de 2013. Como, aliás, sói acontecer todos os dias de verão. É lindo, muito lindo, para dizer o mínimo, este meu cantinho abençoado do Universo!
O sol, é claro, invadiu minha casa e meu quintal. E eu, tratando-se de uma invasão, bem que poderia reclamar e tomar providências, até impetrando se fora o caso um interdito proibitório. Não vou, contudo, fazê-lo. Como disse belamente, num de seus poemas, o inigualável Camões: “Calar-me-ei somente, / Que meu mal nem ouvir se me consente.” Sê, pois, bem-vindo, sol, à casa e ao quintal deste homem da floresta! Não serás, eu te garanto, visto nem tratado como invasor. Acredita! Tenho árvores, que te receberão de bom grado.
Brincadeiras e poetice meia-tigela à parte, plantei no meu quintal, já faz alguns anos, uma semente deixada à noite debaixo do pé de coco-da-praia pelo morcego que lhe roera toda a polpa. Nasceu logo após poucos dias e foi crescendo, crescendo, até se tornar alta e bela árvore, embora impedida de crescer e se desenvolver plenamente pelas constantes podas que lhe tenho imposto. É um belíssimo exemplar de acácia-negra, classificada pela Botânica como Acacia melanoxylon, recreio diário de bem-te-vis e outros passarinhos.
É obrigatória, como se sabe, a poda de árvores em ambientes urbanos, ato invasivo perpetrado pelos humanos, às vezes desnecessariamente e por tolice quando não por mera maldade. Como escrevi há alguns anos, na crônica “Amor das árvores”, publicada no jornal Opinião, quase sempre nem é necessário plantar árvores, basta deixar crescer naturalmente as que nascem. A natureza faz germinar e nascer, e, na medida certa, dá a chuva e dá o sol, mas os humanos não raro impedem, por necessidade ou não, o crescer natural do que nasce.
A acácia é uma das árvores muito citadas na Bíblia, que também fala de cedros e palmeiras. É também, para quem não sabe o digo, um dos símbolos da Maçonaria, instituição a que pertenço. Plantei meu pé de acácia sem saber que de acácia se tratava e bem antes de ser maçom, mas hoje tenho muita alegria de tê-lo plantado e cultivado. Pena que, por causa do muro e da cerca elétrica do vizinho, de vez em quando tenha de lhe cortar os galhos. É uma necessidade.
Um tempo desses, deixei crescer um pé de imbaúba, mas tive de cortá-lo, porque a imbaúba cresce demais e é muito frágil, de forma que oferece muito risco às edificações mais próximas. Uma pena, pois é muito bonito um pé de imbaúba e atrai muitas aves nas manhãs e tardes de todos os dias. Plante, pois, se puder, ó meu caro leitor, uma ou mais árvores no seu quintal. Deixe crescer naturalmente, se puder, um pé de imbaúba. Vale a pena (“paga a pena”, como diria Machado de Assis). Depois é só lhe contemplar a beleza nos dias de sol e também de chuva.