O PROGRESSO QUE DESTRÓI SONHOS!
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As mesmas máquinas que construíram o progresso, colocando sobre a terra vermelha água, pedra brita e depois cobrindo tudo com o véu negro da noite, também sepultaram meus sonhos de adolescente e enterraram definitivamente mas recordações de um velho saudosista inveterado.
Por que o progresso tem que modificar tantas coisas e não preservar nada, se ele é promovido por pessoas que planejam o desenvolvimento? Será que não percebem que estão sepultando sonhos de muitas outras pessoas também?
Aceito o progresso porque ele é inevitável, mas não com aterros de igarapés que, como cobras serpenteavam pelas curvas da imaginação de minha infância, balneários para darem lugar a locais sem utilidade! Ah, que saudades tenho dos balneários que existiam - parque 10, igarapé do 40, com suas areias branquinhas, parecendo nuvens brilhantes, onde tomei muitos banhos, o do Espírito Santo!
Como sinto saudades do barco Álvaro Maia sendo parado aos fundos do Palácio Rio Negro embaixo de uma frondosa árvore! Será que ele sonhava também? Ou dormitava imaginando o que lhe viria acontecer depois? Será que o barco Álvaro Maia ainda existe?
O progresso de uma cidade não pode e deve andar com o desenvolvimento de um ecossistema? Não é preciso destruir tudo para recuperar depois? É melhor preservar do que destruir! Se vier acompanhado do progresso, melhor ainda!
Em qualquer construção, sempre deixam a terra nua e depois tentam colocar-lhe roupas verdes! Mas isso é inútil! Não é melhor preservar áreas verdes dentro da cidade?
Acredito que o progresso pode caminhar de mãos dadas com a preservação do meio ambiente. Ah, que ódio agora tenho das máquinas que cobriram de véu negro da noite as ruas onde brincava, os igarapés aonde nadei, balneários que frequentei, amores que fiz e por lá deixei... E uma pena!