Correções desastradas
Colaboro gratuita e esporadicamente com a imprensa, escrevendo artigos para jornais e revistas, desde setembro de 1993, época em que morava em Xinguara, quando escrevi o primeiro artigo para o jornal “Carajás”, do meu amigo João Carlos Rodrigues, intitulado “Tribunal do Júri: Quase Sempre um Tribunal de Injustiças”. Tenho paixão por jornal e revista impressos, mais por jornal. O jornal sempre me fascinou.
Pois bem. Escrevendo, com certa frequência, para a imprensa, de vez em quando fico furioso, porque alguém do jornal ou da revista se mete a besta e, a título de corrigir meu texto, erra por mim: não errei, mas ele erra e o erro no meu texto fica para mim. Isso me deixa muito irritado, aborrecido mesmo. Não foi somente uma vez que tal coisa me aconteceu e, por causa disso, já cheguei romper com um veículo de comunicação – a revista eletrônica “Última Instância”, de São Paulo (SP), para ser exato.
É incrível! Algumas vezes, errei aqui e acolá, pela omissão involuntária de letras ou mesmo palavras, ou, ainda, pelo acréscimo despercebido de letras ou palavras. E sempre que isso acontece e só vejo depois de ter enviado o texto para o jornal, fico torcendo para que corrijam, mas nunca o fizeram. Pego o jornal, olho e vejo – para meu desespero – que lá está o erro, do jeito que foi enviado. Onde existe erro e, por conseguinte, é preciso corrigir, acrescentando ou retirando alguma coisa, não veem e não corrigem. Onde não é necessário corrigir, porque não há erro algum, metem o bedelho e erram por mim, emporcalhando meu texto.
No jornal “Correio do Tocantins”, já cometeram tais atentados muitas vezes. A mais recente foi na edição 2.519 (16 e 17 de maio de 2013), na crônica “Despertar de uma linda manhã”. Escrevi no penúltimo parágrafo: “Busco avidamente, no que depender de mim, agradar a todos, mas, a despeito disso, o que mais me interessa é, malgrado saber que ninguém é perfeito, agir corretamente.” Aí um malfazejo lá do jornal, atrevidamente, lascou: “Busco avidamente, no que depender de mim, agradar a todos, mas, a despeito disso, o que mais me interessa é, malgrado saber que ninguém é perfeito, ninguém age corretamente.”
Puxa vida, leitor, veja a desgraça que ele fez. Escrevi uma coisa e ele transformou em outra, totalmente ao contrário, simplesmente porque, atabalhoadamente, confundiu-se e não entendeu o que escrevi. Como se vê, em outras palavras, eu disse que, mesmo sabendo que ninguém é perfeito, o que mais me interessa é agir corretamente, em vez de agradar. Quem ler com atenção notará a enorme diferença entre o que escrevi e o que o jornal publicou. Ficou muito diferente do que escrevi (e até mesmo sem sentido) o que escreveram.
Haja paciência! Até quando, ó Catilina?...