Despertar de uma linda manhã
O verão está chegando, amanheceu e o dia está lindo. São 8h30 de 15 de maio de 2013 e eu acabo de despertar. Os raios de sol, como se fossem filetes de ouro, entram quarto e sala adentro, através dos vidros das janelas e também brilham nos galhos das árvores do quintal. Os coqueiros, a mangueira, o pé de cupuaçu e a minha Acacia melanoxylon, em que dão voos rasantes e gorjeiam alegremente bem-te-vis e outros passarinhos, estão enfeitados de sol, num dos mais belos espetáculos da natureza. Ah, é por isso que tenho paixão pela vida!
A Câmelha, minha mulher, e o Daniel, nosso filho de 15 anos, estão para a escola: ela, trabalhando; ele, estudando. Em casa comigo, estão apenas o Samuel, filho de 8 anos, que dorme, e a Shirley, nossa dedicada secretária do lar, que trabalha. Tomo o café da manhã: chá verde, shake e tabletes da Herbalife, acompanhados do coquetel matutino de remédios para o coração e a pressão arterial (carvedilol, losartana potássica, digoxina, furosemida e ômega-3). Com exceção da digoxina, que tomo um dia sim e outro não, é assim todos os dias.
Ainda um pouco cansado devido à viagem de doze horas que fiz ontem, de Belém a Marabá, tenho, já em certo atraso, atividades da pós-graduação para realizar: leituras para fazer e trabalhos para escrever. Estou, contudo, alegre e bem-disposto, com vontade de ler, escrever qualquer coisa não acadêmica para registrar meu estado de espírito e também passear um pouco, visto que estou de férias.
Pego o celular e tento ligar para a mulher, mas dá caixa postal, porque ela está em aula. Tento duas vezes e, desistindo, começo a escrever. Ela, contudo, como eu já previa, me retorna a ligação e eu lhe digo que liguei apenas para dizer que a amo e que aqui está tudo muito bonito. A vida fica mais bonita e tem mais sentido quando expressamos, com palavras e atos, o que de bom sentimos pelas pessoas. Vale também, obviamente, para os sentimentos de raiva e desagrado. Se me aborrecem, eu o digo. Não tenho o costume de ficar calado, se posso e devo falar.
Aproveite e viva bem, caro leitor, o seu dia. Aja com elegância e educação, porém, com independência em quaisquer circunstâncias, porque, para dizer o mínimo, isso é muito bom. Não prejudique os outros, respeite os direitos alheios e jamais abra mão dos seus. Agrade ou desagrade a quem quer que seja, procuro sempre fazer isso. Busco avidamente, no que depender de mim, agradar a todos, mas, a despeito disso, o que mais me interessa é, malgrado saber que ninguém é perfeito, agir corretamente. Isso me basta.
Eis, pois, a crônica de hoje, despiciendo dizer esperar que ela agrade, é também para isso que escrevo. Se desagradar, paciência! Para quem crê na Bíblia como inerrante palavra de Deus, ofereço, à guisa de impetração, um dos meus versículos preferidos: “O Senhor te abençoe e te guarde” (Nm 6.24). A quem não crê, eu digo: Tudo bem. Viva sua descrença, em paz com sua consciência, mas respeite a liberdade de crença do outro. Assim, viveremos em paz.