GESTO OBSCENO
Alguns gestos inaceitáveis pelas regras de boa conduta social trazem em si uma carga de significados e significantes nem sempre conhecidos por quem os faz ou repudia. Será a linguagem gestual mais chocante que a verbal? Isto vai depender do momento, local, sujeito ativo e passivo da ação, se muda ou falada a cena.
Palitar os dentes, arrotar, cuspir, falar alto e gargalhar, são maus hábitos comportamentais cometidos por “pessoas grosseiras”. Mais que uma necessidade imprevista, coçar o saco em público é um displicente e grotesco gesto. Mecânico e maníaco também; mas, talvez não tão feio e indecente como dar o dedo. Este é um ato obsceno. Meninos e meninas (bem ou mal educados) dão o dedo sem saber exatamente a simbologia do gesto, o seu potencial ofensivo, o que significa aquele dedão esticado, ereto entre dois menores encolhidos. Os adultos repetem o ato, gesticulam e dizem sei lá o quê numa só dedada agressiva, que até a mídia proclama obscena. Mas entre muitas palavras e gestos considerados obscenos, qual a origem e significado do termo? Caso não saiba, leitor, sem dar-lhe o dedo aponto-lhe o que descobri.
O termo panorâmico “obsceno”, etimologicamente significa “fora de cena”, isto é, tudo aquilo que não pode ser apresentado no palco perante o público. A estética clássica proíbe a representação ou descrição de ações que possam ferir a sensibilidade do receptor da mensagem artística. O texto clássico evita tudo o que é chocante, hediondo, grosseiro e vulgar. A tragédia grega, por exemplo, apesar de tratar de crimes monstruosos, não apresenta nenhuma cena de sangue: as ações violentas acontecem fora do palco e os espectadores são informados pela fala dos atores e do coro. O respeito para com o público faz com que os autores clássicos evitem atos indecorosos, cenas repugnantes e uma linguagem de baixo calão.
Chega-se à conclusão de que, na estética contemporânea, podem-se mostrar os seios, o bumbum e algo mais; mas dar o dedo? Nem pensar!
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Alguns gestos inaceitáveis pelas regras de boa conduta social trazem em si uma carga de significados e significantes nem sempre conhecidos por quem os faz ou repudia. Será a linguagem gestual mais chocante que a verbal? Isto vai depender do momento, local, sujeito ativo e passivo da ação, se muda ou falada a cena.
Palitar os dentes, arrotar, cuspir, falar alto e gargalhar, são maus hábitos comportamentais cometidos por “pessoas grosseiras”. Mais que uma necessidade imprevista, coçar o saco em público é um displicente e grotesco gesto. Mecânico e maníaco também; mas, talvez não tão feio e indecente como dar o dedo. Este é um ato obsceno. Meninos e meninas (bem ou mal educados) dão o dedo sem saber exatamente a simbologia do gesto, o seu potencial ofensivo, o que significa aquele dedão esticado, ereto entre dois menores encolhidos. Os adultos repetem o ato, gesticulam e dizem sei lá o quê numa só dedada agressiva, que até a mídia proclama obscena. Mas entre muitas palavras e gestos considerados obscenos, qual a origem e significado do termo? Caso não saiba, leitor, sem dar-lhe o dedo aponto-lhe o que descobri.
O termo panorâmico “obsceno”, etimologicamente significa “fora de cena”, isto é, tudo aquilo que não pode ser apresentado no palco perante o público. A estética clássica proíbe a representação ou descrição de ações que possam ferir a sensibilidade do receptor da mensagem artística. O texto clássico evita tudo o que é chocante, hediondo, grosseiro e vulgar. A tragédia grega, por exemplo, apesar de tratar de crimes monstruosos, não apresenta nenhuma cena de sangue: as ações violentas acontecem fora do palco e os espectadores são informados pela fala dos atores e do coro. O respeito para com o público faz com que os autores clássicos evitem atos indecorosos, cenas repugnantes e uma linguagem de baixo calão.
Chega-se à conclusão de que, na estética contemporânea, podem-se mostrar os seios, o bumbum e algo mais; mas dar o dedo? Nem pensar!
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