Dilma - A beija - mãos
A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta quinta-feira (9/5), que pretende manter com o prepotente e recém-empossado presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o mesmo nível de relacionamento que tinha com o ex-presidente Hugo Chávez, que morreu em março deste ano após uma batalha de dois anos contra um câncer.
Depois de mais de duas horas de reunião com Maduro, Dilma fez questão de reiterar seu apoio ao país e reconhecer o líder Venezuelano como presidente, mesmo em meio à contestação da oposição de seu país, que pede uma nova eleição em algumas zonas eleitorais.
Para o encontro bilateral com Dilma, Maduro foi recebido com honras de chefe de Estado. Ele subiu a rampa do Palácio do Planalto, recebido pelos Dragões da Independência, que tocaram o hino nacional dos dois países.
Do lado de fora, alguns manifestantes contra Maduro estenderam cartazes contestando o processo eleitoral que o elegeu presidente da Venezuela. Também havia bandeiras do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), em apoio a Nicolás Maduro.
O Brasil - entenda-se PT - sempre apoiou o governo de Chávez e também foi um dos primeiros países a reconhecer Nicolás Maduro com presidente da Venezuela. No entanto, dentro de seu país, a marionete de Chaves ainda enfrenta resistência.
Durante a coletiva realizada após as reuniões, Maduro presenteou Dilma com um enorme quadro do ex-presidente Hugo Chávez usando uma brilhante boina vermelha. Ela se emocionou, quase chega às lágrimas; tal qual Lula quando esteve na presença de Fidel Castro, que se impulsionou para a genuflexão e quase lhe beijou a mão.
No próximo dia 28 de junho, a Venezuela assume a presidência pro tempore do Mercosul. Para a presidente Dilma, esse será um "momento histórico" para o bloco.
Como é público e notório, Chaves foi denunciado ante a comunidade internacional pelas violações à liberdade de expressão com características ditatoriais.
Tendo participado de uma tentativa de golpe de estado em 1992, foi acusado, julgado, expulso das forças armadas e preso – num presídio comum, desses onde quando o esgoto frequentemente entope, os presos fazem suas necessidades em sacolas e as atiram pelas janelas. Daí ao alcançar o poder, sabe Deus como, tornou-se líder terrível e indigno, prendendo rotineiramente qualquer jornalista ou político que se pronunciasse contra sua tirania.
A Venezuela passou a ser liderada por um “tirano marxista” e um “ditador comunista”. O oponente de Chavez, Henrique Capriles, foi retratado, em contraste, como um democrata dinâmico e inspirador, determinado a acabar com o fracassado experimento socialista na Venezuela e abrir o país para o extremamente necessário capital estrangeiro.
A realidade da Venezuela não poderia ser mais distante do que o alegado, mas o dano já foi feito; vários esquerdistas que consideravam Chavez um tirano, temem pelo futuro do país agora sob a regência de Maduro, que todos sabem é um mamulengo de Chaves.
Sobre o presente ofertado a Dilma, um enorme quadro de Chaves, a nossa presidente deveria retribuir com uma pintura do mesmo nível, quem sabe até superior, um grande quadro de Lampião. Pesos iguais.
Como bem disse o dramaturgo maior do Brasil, Nelson Rodrigues, precisamos acabar com o nosso complexo de Vira-Latas.
fonte G1