CONCURSO DE: “A MAIS EXTENSA CRÔNICA DO MUNDO




IMAGEM FEITA NO COREL POR VALDEMIRO MENDONÇA


“ASCENSÃO DO REI O5”



PARTE 05


 
 
 
     Quando ela abriu o Zé quase desmaiou, a primeira coisa que pensou foi: será que eu lavei o fedorento? Ela examinou o bundão aberto direitinho e satisfeita soltou a bunda do Zé dizendo: pode se levantar e vire de frente para mim, aí sim o cabrito suou frio, virou com a mão tapando o meia porção, e ela disse, por favor, tire a mão para que eu possa examinar, ele tirou a mão e ela olhou bastante, com a espátula levantava o saco da direita para a esquerda, depois para o outro lado, levantou debaixo para cima e aí chamou a secretária e pediu: Dilma me traga uma lente, a lente lhe foi entregue pela fresta aberta da porta que se fechou novamente. Zé cabrito chegou a bambear as pernas pensando que a tal Dilma ia entrar e também debochar do seu pintinho, mesmo ela não tendo entrado, ele ficou a ponto de chorar pensando que era muito desaforo passar por aquela humilhação, sabia que tinha pinto pititim, mas pedir uma lente para enxergar o seu amiguinho era o cumulo do absurdo, ela continuou o exame, a espátula comandava a ação, virava para um lado e ela com a lente examinava, virava pro outro lado, para cima depois de mais cinco minutos que ao Zé pareceu uma hora, ela desistiu de ficar namorando o pequenino do Zé e se levantou dizendo séria: - pode se vestir. retirou as luvas foi ao sanitário, lavou as mãos e retornou pedindo para o Zé se sentar.
Abriu um livro grande fez algumas consultas e falou: - é o que eu suspeitei de inicio, é realmente uma micose... O Zé ficou “p” da vida, quando foi ali por insistência de dona Genoveva, ele já sabia que era micose, ele queria um remédio que acabasse com ela, mas a praga da doutora tinha de olhar ele peladão para chegar à mesma conclusão? Ele e todos que frequentam praias um dia contrai, “m-i-c-o-s-e”! O pior é que ela não sabia nada de merda nenhuma, pois, depois de dizer isto ao Zé emendou: o senhor vai ter de tomar remédio por dois meses seguidos e não poderá beber durante este tempo...  O Zé pensou: que bosta, além de me humilhar me expondo ao ridículo ainda me chama de cachaceiro! Ela continuou como é um remédio muito forte, o senhor vai ter de fazer um exame do estomago para ver se poderei lhe receitar o remédio, vou lhe dar o endereço de um médico formado junto comigo, ele é jovem, mas é um dos melhores médicos nesta área, em Belo Horizonte. Zé cabrito pegou o papel e em cima estava escrito o nome da doutora, na outra linha, lia-se para: Dr. fulano de tal. Disse ainda antes de terminar a consulta: depois que ele examinar o senhor, volte aqui para eu lhe receitar o remédio, não precisa remarcar consulta, é de graça, disse isto como se fizesse um favor ao Zé.

     Ele saiu e na rua já começou a discutir com Genoveva, - eu não vou mais a lugar nenhum, e dona Genoveva, - vai sim senhor, é bom fazer um exame de estomago, você come que nem frieira, bebe que nem gambá e fuma que nem locomotiva a vapor, nem deve ter estomago e fígado mais. E lá vai o Zé consultar com o tal Dr. fulano. Esperou uma hora sentado com cara de tacho junto com Genoveva, não que houvesse clientes, ele era o único. É que o homem estava atrasado, quando chegou mandou Zé cabrito entrar, assim que viu o doutor, Zé teve vontade de sair, o homem estava com a barba por fazer, um bafo de cerveja desgraçado e catinga que chegava a entrar no nariz, de bacalhau azedo como se tivesse saído do motel e ido para o consultório, Zé cabrito não pode deixar de se perguntar, será que foi com a doutora da micose? Zé lhe entregou o papel que a médica mandou e viu o cara a sua frente armar um pequeno sorriso torto e cínico no canto da boca e teve certeza que o ranço do bacalhau era dela. O médico mandou ele se deitar na caminha forrada com um lençol meio amassado e a primeira coisa que fez sem o Zé esperar, foi enfiar a mão com força na sua barriga, doeu, mas o Zé segurou o tranco, o Dr. com as duas mãos apertou seu estomago com força e após alguns instantes, pegou um estetoscópio e começou a lenga - lenga: fala trinta e três, fale de novo, enfim depois de medir a pressão do Zé, disse enquanto escrevia algumas garatujas num papel: vou ter de pedir um exame de endoscopia, o senhor já marque na saída neste endereço, é aí do lado. Lá foi o Zé para o hospital que ficava ao lado da clinica, marcou o exame para dois dias depois. Ficou injuriado com aquela coisa toda e dona Genoveva escutou suas queixas com bom humor e levando tudo na gozação, para desespero do marido auto coçante.

     No dia marcado lá estava o Zé, nove horas para fazer o tal exame e ele em jejum, parecia um leão enjaulado, Entrou numa sala onde uma operadora técnica no assunto já esperava, deu-lhe um remédio para anestesiar a garganta e mandou-o engolir um bola do tamanho de uma bola de tênis amarrada na ponta de um fio, “era dos primeiros aparelhos deste tipo chegado ao Brasil”, Zé olhou aquela coisa e disse: dona como que vou engolir esta bola deste tamanho? Ela respondeu não se preocupe, e fácil: abra a boca, assim que ele abriu ela disse abra mais, ele escancarou a bocarra e ela colocou a bola dentro e com as pontas dos dedos empurrou a coisa para dentro do Zé, ele engoliu, mas doeu o peito. Depois de alguns segundos a mulher puxou o fio tentando trazer a bolinha de volta, não saiu, agarrou nos gorgomilo do Zé, ela deixou a bolinha descer de novo e aí puxou de uma vez e puxou com força, Zé sentiu sua garganta rasgando-se, mas a bolinha saiu, ela indicou-lhe uma pia no canto da sala e ele foi lavar a boca, nestas alturas cheia de sangue da garganta, ela deu-lhe um remédio e disse que era para coagular perguntando em seguida,: o senhor fuma muito? Ele respondeu dois maços por dia, teve de ouvir: é por isto, cigarro fecha a garganta. Zé saiu dali com o resultado do exame e foi ver o doutor fulano que desta vez não estava com catinga de fudelança. Ele examinou e disse: o senhor tem um inicio muito pequeno de gastrite, coisa decorrente, possivelmente de cigarro, parece mais sujeira do que ferida, mas como o senhor terá de tomar estes remédios para micose que são agressivos, vou lhe receitar uma caixa de remédios para tratar uma futura gastrite, “Trinta comprimidos”.

     Zé tomou os comprimidos e se antes não sofria nenhuma dor de estomago, depois dos comprimidos, passou a senti-las, e até hoje, de vez em quando tem de tomar remédios para aliviar o sofrimento. Terminado os comprimidos voltou ao consultório da doutora para que ela lhe receitasse o remédio, ela tinha viajado de férias e só voltaria dentro de um mês, Zé não marcou consulta, saiu meio desolado dalí e como o estomago estava doendo entrou numa farmácia para tentar comprar algum remédio que mitigasse a dor, a farmácia estava vazia e só tinha um senhor idoso, Zé pediu o remédio e começou a conversar com o dono do local, Zé explicou-lhe o problema do estomago e como o senhor se mostrou interessado, Zé acabou lhe contando a história toda, ao fim o senhor disse: se eu sei do seu problema, não deixava o senhor cair na mão destes médicos de agora, isto é uma máfia que fica mandando um paciente para outro e acabam matando o doente a prestação, a não ser que tenha sorte e encontre um médico de verdade. Retirou da prateleira um tubo de pomada, e disse, vou-lhe vender esta pomada, não é cara, mas não quero que me pague agora, o senhor vai passar esta pomada no corpo todo e depois de lavar bem as mãos, o senhor vai colocar dentro das unhas, faça isto até o tubo ficar vazio e aí no dia que o senhor voltar para marcar a consulta com a doutora, se não tiver sarado o senhor não precisa me pagar e se sarar, o senhor volte aqui e me pague. O Zé fez e uma semana depois não tinha mais micose, usou o tubo todo pagou ao farmacêutico e sempre que alguém o manda ir ao médico ele diz: só se for médico usado, novo quero não.

     Nosso amigo Paulo Jeser me perguntou o que isto tem a ver com a ascensão do E-Rei? Paulo, nada, só que a medicina e faculdade em geral hoje salvando as de arte , não se preocupa em preparar os formandos para cuidar de doenças, e sim para ganharem dinheiro, médicos recebem o diploma sem nenhum preparo para exercer a medicina, os mais interessado se aprofundam nos estudos e com a prática acabam virando médicos, a maioria cumpre o seu papel de ganhar dinheiro, ficar rico e o doente que se dane. Ou seja: nossas escolas desde o básico até o vestibular transportam o aluno para a universidade às vezes sem que eles saibam escrever ou ler e o que têm de conhecimento é o que tiram de informações na internet e a culpa é dos nossos governantes que colocam nossa prioridades como últimas necessidades, como saúde, educação e segurança. O caso do Zé cabrito, aconteceu realmente, e é apenas um dos tantos absurdos que se vê no atendimento médico de hoje. Paulo citou também as cobranças sobre as privatizações das estatais brasileiras. Acho que isto de estar errado ou não é visão de cada um, mas eu entendo que um governo cria uma estatal para atender necessidades do país incentivando a iniciativa privada a investir no setor criado, uma vez que ela se mostre viável e lucrativa, o governo tem obrigação de repassá-la a indústria e receber de quem compra, os dividendos até que seja ressarcido o dinheiro público nela empregado. O que não pode de forma nenhuma é criar uma estatal ou mais de uma, exemplo: Usiminas, Vale do Rio doce CSN e milhares de outras e deixar que elas se transformem em cabides de emprego, que reverte todo o lucro para criar mais cabides de emprego para os filhos dos funcionários, tios sobrinhos e amigos etc. Ficando sempre no vermelho e dependente da ajuda do governo que interam este déficits com o dinheiro do meu suor, que sou obrigado a assistir os que lá trabalham terem uma vida cheia de privilégios, enquanto eu sou obrigado a enfrentar filas do SUS, e viver uma vida regrada para conseguir sobreviver.

     Aí me jogam na cara que a Vale do Rio doce tinha um lucro anual de cinco bilhões de dólares... Claro, como a Petrobras, só que todo este lucro serve para no caso da Vale servia, para que ela furasse buraco, retirasse o que tinha de valor no buraco, tapar e criar com esta renda, mais cabides de empregos, e financiasse a furação de mais buracos, para que o filho daquele vigia que completou vinte anos de casa, possa ir para os Estados Unidos fazer curso de engenheiro sendo que sua aptidão é de ser retardado mental. Pois é, isto acontece todos os dias nas estatais onde os ricos funcionários se consideram donos e aí formam os futuros comandantes destes absurdos que afundam estas estatais fazendo com que só deem prejuiso. No caso da Petrobras, só é justificado pelo fato de estar num setor de prioridades de segurança nacional. No caso das outras e privatizadas, hoje elas dão lucro ao governo que pode investir este impostos que elas geram em benefícios da nação, infelizmente, a maior parte dos nossos recursos estão sendo desviados para ilhas fiscais e bancos suíços na conta de nababos que financiam até as duplas nacionalidade dos nossos presidentes nordestinos que passam a ser italianos. Se pelo menos roubassem para ficar ricos, mas aplicassem o dinheiro no país para gerar empregos eu recomendaria um inferno mais brando para eles, mas assim eu só posso desejar a profundeza do reino de Belzebu onde suas almas queimem por toda a eternidade.

     Quanto à entrada de capital estrangeiro no país, Fernando Henrique disse que tentaria fazer um governo como o do Juscelino, melhorar o país em pouco tempo. Para mim é um inferno ver tantos carros na rua que me fez parar de dirigir meu velho carro de medo das novidades, mas no meu tempo de jovem, quem podia comprar automóvel era rico e a maior parte dos médicos, engenheiros, advogados, não tinham carro próprio por serem muito caros, assim como telefone, um telefone custava mais caro do que uma casa. O Brasil hoje é considerado emergente rico, devemos isto a quem, ao Lula? Não, devemos isto ao tirocínio de dois presidentes modernos que alavancaram este país a exemplo do Juscelino. O capital estrangeiro no país serviu principalmente para aprendermos a lidar com as manhas do cambio flutuante internacional e cuidar para que os estrangeiros não levem o que é nosso, é parodiar um conhecido chavão: “o preço da liberdade é a eterna vigilância” entregar o país ao capital estrangeiro, é frase de oposicionista apoiado pela mídia que quer é vender qualquer coisa, acho que a especulação não merecia respostas e olhando para o Brasil agora tão massacrado e mal dirigido por oito anos do PT, tenho certeza que não merecia.

Continua depois, abraço galerinha do bem querer..

 
 
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 13/05/2013
Reeditado em 23/05/2013
Código do texto: T4288733
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