ENIGMÁTICO
Sensações anômalas me tem assaltado recentemente, a despeito das preces.
Oro em vários horários, todos os dias e também à noite. Vigio também as portas.
Me esclausuro, por conta disso, em um silêncio sepulcral … quase mórbido. Aqui dentro.
Leio muito e procuro navegar no universo alheio, tentando incorporar outra personagem.
Resiliente, adapto-me a tipos controversos facilitado, claro, pela minha propria dicotomia.
Olhar-me de fora, traz-me algum sossego e, ao mesmo tempo, surpreende-me ver-me assim.
Idiossincrasia parece o termo adequado para esse momento singular; inebriante e triste.
Pululam aqui, bem no fundo, idéias e um desejo incomensurável de escrever sobre o belo, o terno.
A presunção que abordaria um tema lúdico faz-me rir de mim mesmo. Falta-me a verve !
O meu humor, hoje, está amorfo e diferente porque eu ainda cedo rezei.
Sensações alvíssaras neste fim de Domingo. Segundas-Feiras sempre trazem algo novo.
Expecatativa, esperança, ilusões, fé, boa aventurança, temperança .
Sorte essa minha a de colocar na tela alva todo o meu negrume interior e enfileirá-los.
Não sou e não estou poeta como gostaria, sóbrio ou bêbado … apenas verdugo da alegria.
Penso escrever mais quando sobre um outro efeito, algo menos taciturno que isso … sim; farei isso !
Essas sensações são mesmo intrigantes porque a essa altura já sinto sono.
Boa noite !