Mesmice
Todo dia a mesma coisa, acordo com o barulho do despertador que fica jogado no criado mudo, a mesma frase: "Não acredito que já amanheceu e eu não dormi"
De um pulo estou fora da cama, procurando meus chinelos, com os olhos semicerrados alcanço o banheiro e um ritual se repete, escovar os dentes, tomar banho, pentear os cabelos, Vestir a roupa que também não muda estilo sempre uma calça jeans meio desbotada, um tênis discreto e a camiseta de preferência escura, dizem que esconde as gordurinhas indesejáveis.
Uma olhadinha para o mesmo relógio na parede da sala, denuncia que horas correm é preciso que eu corra também, o café é tomado a grandes goles, apressado tomo a mochila, fecho a porta e caminho pela rua em direção ao ponto do ônibus, encontro a mesma senhora falante, diga-se de passagem, todos conhecem um pouco de sua vida, ela vai acompanhada a filha e sobrinha , sempre a mesma ladainha, fala da escola, da filha, do marido que dormiu tarde, que ficou até altas horas assistindo televisão, da insônia que a maltrata.
Quando vem o ônibus, ufa! que alivio! Não suportava mais a mesma conversa. Entro no ônibus, o mesmo motorista, a poltrona está esperando por mim,os mesmos passageiros já sabem que sento ali, e no trajeto, a paisagem é sempre a mesma, um ponto adiante a mesma professora entra portando livros e deixando sempre cair alguma coisa;
O senhor de óculos e paletó senta-se próximo ao motorista e vai contando piadas e pequenas passagens de sua vida, até se despede e desce apressado. Enquanto o ônibus encontra-se parado do outro lado da rua está aquela senhora muito parecida com uma tia que mora distante daqui, mas o engraçado é que ela fica isolada na calçada, de braços cruzados, não se junta ao pessoal que está no ponto do ônibus.
Nunca a vi conversando ou próxima as pessoas. Que vontade de perguntar se ela tem medo de gente se é tímida, ou desconfiada.
O ônibus segue seu percurso e tudo no mesmo lugar, até o engarrafamento se dá no mesmo ponto, o motorista se irrita olha o relógio , critica a falta de organização, o semáforo queimado, a viagem segue , chega ao término, eu desço com certa preguiça, preferia ficar ali sentada mesmo que fosse para olhar as mesmas coisas, desço e sigo pela mesma rua, sob os mesmos olhares, o mesmo bom dia.
Só os bons pensamentos me dão de liberdade com a mesma paisagem dou vida a outros personagens, as vezes me surpreendo rindo a toa, falando sozinha, e porque não pensando bobagens.
Polly Hundson
Uma olhadinha para o mesmo relógio na parede da sala, denuncia que horas correm é preciso que eu corra também, o café é tomado a grandes goles, apressado tomo a mochila, fecho a porta e caminho pela rua em direção ao ponto do ônibus, encontro a mesma senhora falante, diga-se de passagem, todos conhecem um pouco de sua vida, ela vai acompanhada a filha e sobrinha , sempre a mesma ladainha, fala da escola, da filha, do marido que dormiu tarde, que ficou até altas horas assistindo televisão, da insônia que a maltrata.
Quando vem o ônibus, ufa! que alivio! Não suportava mais a mesma conversa. Entro no ônibus, o mesmo motorista, a poltrona está esperando por mim,os mesmos passageiros já sabem que sento ali, e no trajeto, a paisagem é sempre a mesma, um ponto adiante a mesma professora entra portando livros e deixando sempre cair alguma coisa;
O senhor de óculos e paletó senta-se próximo ao motorista e vai contando piadas e pequenas passagens de sua vida, até se despede e desce apressado. Enquanto o ônibus encontra-se parado do outro lado da rua está aquela senhora muito parecida com uma tia que mora distante daqui, mas o engraçado é que ela fica isolada na calçada, de braços cruzados, não se junta ao pessoal que está no ponto do ônibus.
Nunca a vi conversando ou próxima as pessoas. Que vontade de perguntar se ela tem medo de gente se é tímida, ou desconfiada.
O ônibus segue seu percurso e tudo no mesmo lugar, até o engarrafamento se dá no mesmo ponto, o motorista se irrita olha o relógio , critica a falta de organização, o semáforo queimado, a viagem segue , chega ao término, eu desço com certa preguiça, preferia ficar ali sentada mesmo que fosse para olhar as mesmas coisas, desço e sigo pela mesma rua, sob os mesmos olhares, o mesmo bom dia.
Só os bons pensamentos me dão de liberdade com a mesma paisagem dou vida a outros personagens, as vezes me surpreendo rindo a toa, falando sozinha, e porque não pensando bobagens.
Polly Hundson