Crianças Transformadas em Adultos
Jean Jacques Rousseau, embora não tenha sido, segundo suas ideias, um devotado pai, filosofou que não é a natureza, mas a sociedade que transforma as crianças em adultos, imitados paulatinamente em seus vícios e virtudes. Com essa leitura rousseauniana, tenho observado nas cerimônias de casamento, horas e lugar estranhos ao mundo infantil, meninas e meninas de um, dois anos ou três anos de idade, vestidos impecavelmente como bizarros homens e sofisticadas mulheres. Essa impropriedade causa atenção e risos, às vezes até roubando a cena da entrada da noiva. Parentes se gabam: - “O meu, desse tamanho, mexe melhor no computador do que eu”; a que retrucam: - “O de lá de casa pinta miséria com o celular”. Acho natural e extraordinário quando o porta-aliança ou pajem larga o cortejo e deita-se espontaneamente no chão da Igreja, como, naquela cerimônia de grave compromisso, estivessem faltando bonecas ou bolas de gude... Essa imposição adulta se prolonga frequentemente nos festejos familiares; no aniversário de menino, onde e quando há mais adultos do que crianças e, consequentemente, mais bebidas alcoólicas do que sucos e guaraná. Enfim, a festa parece ser mais para o pai do que para o filho.
Sabemos que os adultos cometem crimes, delitos e não os escondem das crianças e dos adolescentes. Pelo contrário, quando não são cometidos em casa, na vizinhança ou na própria rua, a mídia mostra aos olhos infantis, sem perder algum detalhe, como se desenrolou a atrocidade, o “crime hediondo”, filmando o sangue escorrer do facão usado no esquartejamento. Também, em pormenores, como e onde se comercializam e usam drogas... Nessas reportagens, é comum menores de idade em festanças e orgias, também como autores ou coautores do crime, muitos deles reincidentes.
E quando isso acontece, o adulto reclama: “Esses menores cometem crime protegidos pela benevolência da lei”; assassinam como brincassem de faroeste; e, a não valorizar a vida, praticam o assalto friamente seguido de morte. Essa realidade tem assustado o adulto não criminoso que logo argumenta: Se tais menores praticam homicídio como os adultos, também como os adultos, legalmente devem ser tratados e punidos, repetindo o jargão: " A impunidade desenfreada tem levado muitos jovens ao mundo do crime". Mesmo favorável à modificação do ECA, há de se perguntar: Por que os jovens que já atingiram a maioridade, na qual tais delitos são puníveis, reincidem na conduta delituosa?
Sabemos que os adultos cometem crimes, delitos e não os escondem das crianças e dos adolescentes. Pelo contrário, quando não são cometidos em casa, na vizinhança ou na própria rua, a mídia mostra aos olhos infantis, sem perder algum detalhe, como se desenrolou a atrocidade, o “crime hediondo”, filmando o sangue escorrer do facão usado no esquartejamento. Também, em pormenores, como e onde se comercializam e usam drogas... Nessas reportagens, é comum menores de idade em festanças e orgias, também como autores ou coautores do crime, muitos deles reincidentes.
E quando isso acontece, o adulto reclama: “Esses menores cometem crime protegidos pela benevolência da lei”; assassinam como brincassem de faroeste; e, a não valorizar a vida, praticam o assalto friamente seguido de morte. Essa realidade tem assustado o adulto não criminoso que logo argumenta: Se tais menores praticam homicídio como os adultos, também como os adultos, legalmente devem ser tratados e punidos, repetindo o jargão: " A impunidade desenfreada tem levado muitos jovens ao mundo do crime". Mesmo favorável à modificação do ECA, há de se perguntar: Por que os jovens que já atingiram a maioridade, na qual tais delitos são puníveis, reincidem na conduta delituosa?