Entre a ira e a lira

Você foi embora e o tempo ficou tardo, em câmera lenta, sobrou esse frio no peito queimando tão lento... às vezes não sei como eu aguento.

Sempre que posso aperto o passo, quero economizar o tempo ruim. Mas, acho que meu coração perdeu o compasso, não marca mais o tempo, não sabe mais da hora.Meus versos desafinaram, não encontro harmonia e na folha vazia nenhuma composição.

Nada se inaugura na minha pauta musical.

O cardiologista disse que o nome dessa estranheza é Bradicardia Sinusal!

Eu podia jurar que chamava saudade.... Tão bacana essa modernidade de inventar nomes novos para vazios velhos. Parece que o coração ficou Tibetano demais de tanto Bolero na Neblina ou então, é mesmo falta da taquicardia que só tua presença traz.

O médico disse que eu devia te procurar que a vida é muito curta pra deixar o amor passar. Certamente, ele não te conhece, não sabe o quanto suas palavras sabem doer em mim. Será que alguém sabe do teu descaso fingido? Terá, além de mim, alguém percebido essa fagulha que acende no teu olhar? Ou o brilho em tua retina quando viro menina em teu olhar? Mas, uma mulher precisa ter dignidade e amor-próprio nunca fez mal a ninguém.

Devo trocar meu desespero tão calmo por um pouco de ira?

Acho que eu ficaria sã, se tu voltasses, ao menos, pra devolver minha lira.

Bárbara luiza Magalhães
Enviado por Bárbara luiza Magalhães em 10/05/2013
Reeditado em 12/09/2013
Código do texto: T4282838
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