Dia das mães, a bendita cortina e o maldito cano na parede.

Era um casamento simples entre famílias de pouca renda com os mesmos sonhos. Não haveria grandes festas, os convidados eram de um grupo restrito à familiares e poucos amigos. Toda felicidade se materializava na casa do futuro casal, tudo foi caprichosamente pensado e organizado, pela noiva e supervisionado pelas tias chefiadas pela mãe. Aquele pequeno paraíso era montado com o espírito de todas, parecia que todas as mulheres eram a noiva. Ao noivo bonachão ficava a parte pesada, carregar, mudar de lugar, pintar, pendurar, buscar e ele tirava de letra. A pequena casinha de dois cômodos ficou linda, tinha cor, tinha cheiro era um pequeno monumento consagrado ao otimismo, ao casar e ser feliz para sempre. O inesperado aconteceu. A mãe da noiva fez um escândalo ao descobrir que não haviam colocado a cortina do banheiro e em resposta o noivo explicou que não colocou por falta do trilho da cortina e assegurou que tão logo desse, a colocaria. A futura sogra, tomou ares de sargento e ordenou que fosse colocada naquele momento sem questionamentos. Tentaram colocar a peça de aço que prenderia o trilho, mas a parede era dura e não conseguiam com o pequeno martelo. Saiu o noivo atrás de uma marreta e já era noite véspera do casamento e a mãe da noiva continuava inflexível . Tudo deu certo encontraram uma marreta e o assunto seria resolvido, até a noiva ficou feliz em saber que aquele último detalhe seria acertado. O rapaz ajeitou a peça e bateu forte, uma, duas, três e o aço adentrava a parede, quando de repente atingiu um cano de PVC e começou a esguichar água por todo o lado. A pressão era tão forte que o quarto também alagou molhando a cama, a casa ficou em desordem e ninguém sabia onde estava o registro geral para desligar a água. Após o desastre inicial,estancaram a água,limparam os cômodos e no dia seguinte, o grande dia da festa, em vez de convidados brindando, havia pedreiros cortando a parede e substituindo o cano. O glamour se foi e ficaram a sujeira e o pó. Ao final tudo virou festa com pedreiros e carriolas e predominou a alegria. Culpa de quem ? Da mãe ou do cano? De ninguém mãe é mãe e melhor começar um casamento experimentando um pouco da realidade futura do que ficar viajando nas nuvens. E para essa mãe e para todas as outras, Feliz Dia das Mães.

danilos
Enviado por danilos em 09/05/2013
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