Profissional por acaso

Ano passado, a revista Veja publicou uma entrevista com a jornalista Daniela Albuquerque, que atualmente apresenta o programa Manhã Maior, na Rede TV!. A atriz e ex-modelo contava como foi o incrível momento de sua descoberta na carreira jornalística. Segundo ela, enquanto tomava um Toddynho no café da manhã, leu na embalagem um quadro explicativo para crianças a respeito das profissões e tanto se identificou, que resolveu tentar a carreira.

Assim como Daniela, há muitas pessoas que descobrem sua vocação por acaso. Muitas vezes nos inspiramos na profissão dos nossos pais ou algo que assistimos de perto, mas também podemos ser os “do contra”. De uma família de médicos surgir um professor, ou de uma família de advogados surgir um paraquedista.

Atualmente o leque de oportunidades está vasto: temos opções demais para pouco tempo. A indecisão toma conta de muitos às vésperas dos vestibulares. Alguns apostam nos testes vocacionais, outros preferem deixar acontecer naturalmente. Há ainda quem vá testando aos poucos. Forma-se em odontologia, depois resolve tentar comunicação social, então pensa “mas eu quero outra coisa” e acaba se formando em engenharia e, por fim, revolta-se por não ter dado certo em nada e resolve abrir uma padaria. Quem sabe apenas não foi um erro de escolha?

Sendo assim, os jovens sentem-se pressionados a tomar uma decisão. A culpa toma conta daqueles que estão em dúvida, como um fantasma que amedronta uma criança antes de dormir. Muitos acabam seguindo os conselhos dos familiares, já que não conseguem se decidir. Outros não têm outra opção, a não ser fazer a faculdade indicada pelos pais, que decidiram a profissão do seu filho antes mesmo dele nascer.

Por isso, acho uma pena nem todos terem a sorte de descobrirem por acaso o que querem fazer para o resto da vida. Triste saber que muita gente não teve uma epifania ao assistir um comercial de margarina e decidir ser cozinheiro, ou ao perceber que o mar está mais gelado que o normal e querer ser oceanógrafo. É decepcionante saber que nem todos têm a sorte de descobrir-se em um Toddynho.

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