COLO DE MÃE
Sempre que vejo uma senhora com mais de oitenta anos, fico pensando: como estaria minha mãe com essa idade, se viva estivesse. Não tive o presente de vê-la envelhecer, pois ela se foi, aos trinta e seis anos, quando eu tinha apenas onze. Uma perda inestimável, pois sei a cada ano que passa, o que foi a vida sem ela, e o que teria sido com ela. Mas, e ainda bem que sempre tem o mas.... com o passar do tempo, e com a fé imensa que fui aprendendo a cultivar em minha alma, desenvolvi o hábito de enaltecer tudo que a vida me deu, e lamentar cada vez menos, aquilo que não tive.
Porque creio que não existe pobreza maior do que ter pena de si mesmo. A auto piedade, é algo medonho, que vicia e faz a gente buscar cada dia, lá no fundo do baú, tristezas e infortúnios, para se sentir o mais infeliz do mundo. É o tal dos "peptídeos", que gritam por alimentos todos os dias, e quando estamos desavisados, corremos em busca de emoções que nos fazem vítimas de nós mesmos.
Agora, que é bom ter colo de mãe, em qualquer idade, isso é. E ninguém é bobo de negar. Dias desses uma amiga, do grupo de trabalho voluntário que participo, contava: "semana passada, fiquei acamada, e foi só minha mãe saber, que em poucas horas, apareceu lá em casa. Ah, que delícia, que é colo de mãe, só a voz dela, me dizendo pra descansar, que no dia seguinte estaria melhor, e a sopinha deliciosa que preparou pra mim, funcionou mais que a visita do médico e os medicamentos que ele receitou".
Pois é, quem tem desfrute, e quem não tem aproveite o aprendizado, que esse vácuo imenso deixa em nossos corações. É uma boa oportunidade para crescermos e enfrentarmos outras dores e problemas, inevitáveis em nossa vida, com mais força e coragem.
Eu, por exemplo, a cada novo desafio/problema, que aparece, me pergunto: e ai, Lena, vai esmorecer agora? Lembre-se, você, já enfrentou a orfandade aos onze anos, então pode enfrentar qualquer outro desafio. E, para mim isso funciona. Se sobrevivi a isso, ainda que, com alguns remendos, é claro, mas sobrevivi. Posso sim, enfrentar qualquer outro desafio, que a vida me oferecer.
E a vida, tem confiado em mim, e não tem faltado desafios. Mas ao invés de lamentar, agradeço a ela que me sente preparada para ultrapassá-los. Em alguns eu escorrego feio, como o desafio de ter o filho tão precioso, à quase uma década vivendo em outro país. A ligação com ele é imensa pelos laços da afinidade e sintonia que temos, mas..... me mantenho equilibrada pra não cair na vala funda das lamentações, pois, sei que ele esta super bem, fazendo uma brilhante carreira lá, e vivendo em uma metrópole que ele adora. Então engulo a saudade e faço a digestão, tento conviver com a falta de nossas conversas diárias que tanto me enriqueciam, e vejo o lado bom disso tudo. Um, é que tenho uma cidade linda pra visitar, e sempre que dá, arrumo as malas e zarpo para lá.
O negócio é nutrir nossos "peptídeos" com alimentos saudáveis, se para o corpo pensamos tanto em comer com qualidade, porque não fazer igual com as nossas emoções ?
(imagem: Lenapena)
Sempre que vejo uma senhora com mais de oitenta anos, fico pensando: como estaria minha mãe com essa idade, se viva estivesse. Não tive o presente de vê-la envelhecer, pois ela se foi, aos trinta e seis anos, quando eu tinha apenas onze. Uma perda inestimável, pois sei a cada ano que passa, o que foi a vida sem ela, e o que teria sido com ela. Mas, e ainda bem que sempre tem o mas.... com o passar do tempo, e com a fé imensa que fui aprendendo a cultivar em minha alma, desenvolvi o hábito de enaltecer tudo que a vida me deu, e lamentar cada vez menos, aquilo que não tive.
Porque creio que não existe pobreza maior do que ter pena de si mesmo. A auto piedade, é algo medonho, que vicia e faz a gente buscar cada dia, lá no fundo do baú, tristezas e infortúnios, para se sentir o mais infeliz do mundo. É o tal dos "peptídeos", que gritam por alimentos todos os dias, e quando estamos desavisados, corremos em busca de emoções que nos fazem vítimas de nós mesmos.
Agora, que é bom ter colo de mãe, em qualquer idade, isso é. E ninguém é bobo de negar. Dias desses uma amiga, do grupo de trabalho voluntário que participo, contava: "semana passada, fiquei acamada, e foi só minha mãe saber, que em poucas horas, apareceu lá em casa. Ah, que delícia, que é colo de mãe, só a voz dela, me dizendo pra descansar, que no dia seguinte estaria melhor, e a sopinha deliciosa que preparou pra mim, funcionou mais que a visita do médico e os medicamentos que ele receitou".
Pois é, quem tem desfrute, e quem não tem aproveite o aprendizado, que esse vácuo imenso deixa em nossos corações. É uma boa oportunidade para crescermos e enfrentarmos outras dores e problemas, inevitáveis em nossa vida, com mais força e coragem.
Eu, por exemplo, a cada novo desafio/problema, que aparece, me pergunto: e ai, Lena, vai esmorecer agora? Lembre-se, você, já enfrentou a orfandade aos onze anos, então pode enfrentar qualquer outro desafio. E, para mim isso funciona. Se sobrevivi a isso, ainda que, com alguns remendos, é claro, mas sobrevivi. Posso sim, enfrentar qualquer outro desafio, que a vida me oferecer.
E a vida, tem confiado em mim, e não tem faltado desafios. Mas ao invés de lamentar, agradeço a ela que me sente preparada para ultrapassá-los. Em alguns eu escorrego feio, como o desafio de ter o filho tão precioso, à quase uma década vivendo em outro país. A ligação com ele é imensa pelos laços da afinidade e sintonia que temos, mas..... me mantenho equilibrada pra não cair na vala funda das lamentações, pois, sei que ele esta super bem, fazendo uma brilhante carreira lá, e vivendo em uma metrópole que ele adora. Então engulo a saudade e faço a digestão, tento conviver com a falta de nossas conversas diárias que tanto me enriqueciam, e vejo o lado bom disso tudo. Um, é que tenho uma cidade linda pra visitar, e sempre que dá, arrumo as malas e zarpo para lá.
O negócio é nutrir nossos "peptídeos" com alimentos saudáveis, se para o corpo pensamos tanto em comer com qualidade, porque não fazer igual com as nossas emoções ?
(imagem: Lenapena)