TROMBADAS NA CIVILIDADE
Em relação à mobilidade no trânsito que enfrentamos diariamente, nada tenho contra o entendimento de que os mais fortes não devam prevalecer sobre os mais fracos, valendo-se de sua robustez.
Mas, a espontaneidade com que pedestres se lançam diante de veículos motorizados (ou não) e as imprudentes coreografias de motociclistas encenadas nas vias urbanas, além de atitudes camicases parecem pertubadoramente pretender intimidar os mais resistentes, fortalecidos que se assumem sob o amparo das leis.
O cotidiano revela elevado número de pretensos heróis ao "podium" da velocidade, porém, insensíveis ao fato de que as estradas não são pistas de autódromos. Igualmente, observa-se grande quantidade de afoitos motoqueiros que se crêem capazes de transcender à física na aventura tantas vezes malogradas de ocupar ao mesmo tempo que outro um dado espaço.
Ao conduzir veículos ou na condição de transeunte, o respeito do indivíduo às regras estabelecidas se constitui necessário exercício de cidadania, cuja inobservância alimenta as estatísticas de prejuízos materiais e, pior, de imprudentes fatalidades.
A propósito, antes de priorizar os direitos legítimos de se antecipar a um concorrente, não importaria visualizar uma imaginária placa com o dizer "pare", objetivando o resguardo dos bens seus e de terceiros e, sobretudo, a preservação do patrimônio próprio e alheio de maior valor, que é a vida?