Como posso me assombrar com a violência?
Somos violentos. É assim que gostamos, e talvez precisemos viver. A história humana foi construída com a brutalidade de seus heróis, com o sangue dos mártires.
Matamos, com frieza, crueldade, de forma suja, limpa, de forma fortuita, produtiva, de todas as formas. Matamos.
Sem a morte de outros seres, não conseguiríamos nos manter vivos. Somos os grandes matadores de nosso mundo.
O cordeirinho precoce, o frango, o boi, o peixe, todos se tornam deliciosas guloseimas, suculentas, em nosso mastigar. Adoramos o sabor, o cheiro de suas carnes mortas e assadas. Fazemos festas, churrascadas, e nos embebedamos de tanto prazer.
A violência nos dá prazer.
Quebrar, triturar uma planta, roubar todos os seus frutos. Somos saqueadores da flora. E nos vangloriamos com os rótulos naturalistas. Plantas e vegetais podem ser comidos, são “naturais”, diriam os ingênuos vegetarianos. Seria porque não jorra sangue de seus caules?
Vivemos melhor, enquanto amparados por nossa ingenuidade. Sejamos francos. Parece que o espírito descansa, e disfarça seu anseio matador.
Cevamos as nossas caças, para depois arrancar-lhes a cabeça, esquartejá-las, separar os corações, as coxas, asas. Seus corações, especialmente, serão espetados e assados em brasa. Que delícias! Acho que estou me traindo, por aqui, já levado pelo salivar, provocado por este aroma, pelos meus instintos.
A violência é instintiva, é a nossa natureza.
Então, por que achar tão abismal a morte violenta de seres, agressões sangrentas, banalizações da vida? Se pararmos para avaliar, isso está inserido em nossas bases existenciais.
Não fossem os dogmas religiosos, que céticos julgam pouco importantes para nossa organização humana, seríamos canibais. O temor a leis superiores nos adestrou. Fomos ensinados a matar, com regras. Ceifamos qualquer tipo de vida existente sobre a terra, desde que não seja humana.
Com o tempo, adaptaríamos nossas regras. E passaríamos a matar, de qualquer forma, contanto que fosse para defender a vida. Estranha a expressão. Graduamos, então, nossa violência, colocando-a numa escala, separando o que é permitido e proibido.
Mas, a violência permaneceu, sempre ao nosso lado, como a fiel guardiã existencial. Somos trogloditas, treinamos, brincamos de espancar, de bater. Assistimos a tudo, no jornal televisivo, conferimos na internet, enquanto nos deleitamos à mesa, entre uma garfada e outra.
Somos violentos. É assim que gostamos, e talvez precisemos viver. A história humana foi construída com a brutalidade de seus heróis, com o sangue dos mártires.
Matamos, com frieza, crueldade, de forma suja, limpa, de forma fortuita, produtiva, de todas as formas. Matamos.
Sem a morte de outros seres, não conseguiríamos nos manter vivos. Somos os grandes matadores de nosso mundo.
O cordeirinho precoce, o frango, o boi, o peixe, todos se tornam deliciosas guloseimas, suculentas, em nosso mastigar. Adoramos o sabor, o cheiro de suas carnes mortas e assadas. Fazemos festas, churrascadas, e nos embebedamos de tanto prazer.
A violência nos dá prazer.
Quebrar, triturar uma planta, roubar todos os seus frutos. Somos saqueadores da flora. E nos vangloriamos com os rótulos naturalistas. Plantas e vegetais podem ser comidos, são “naturais”, diriam os ingênuos vegetarianos. Seria porque não jorra sangue de seus caules?
Vivemos melhor, enquanto amparados por nossa ingenuidade. Sejamos francos. Parece que o espírito descansa, e disfarça seu anseio matador.
Cevamos as nossas caças, para depois arrancar-lhes a cabeça, esquartejá-las, separar os corações, as coxas, asas. Seus corações, especialmente, serão espetados e assados em brasa. Que delícias! Acho que estou me traindo, por aqui, já levado pelo salivar, provocado por este aroma, pelos meus instintos.
A violência é instintiva, é a nossa natureza.
Então, por que achar tão abismal a morte violenta de seres, agressões sangrentas, banalizações da vida? Se pararmos para avaliar, isso está inserido em nossas bases existenciais.
Não fossem os dogmas religiosos, que céticos julgam pouco importantes para nossa organização humana, seríamos canibais. O temor a leis superiores nos adestrou. Fomos ensinados a matar, com regras. Ceifamos qualquer tipo de vida existente sobre a terra, desde que não seja humana.
Com o tempo, adaptaríamos nossas regras. E passaríamos a matar, de qualquer forma, contanto que fosse para defender a vida. Estranha a expressão. Graduamos, então, nossa violência, colocando-a numa escala, separando o que é permitido e proibido.
Mas, a violência permaneceu, sempre ao nosso lado, como a fiel guardiã existencial. Somos trogloditas, treinamos, brincamos de espancar, de bater. Assistimos a tudo, no jornal televisivo, conferimos na internet, enquanto nos deleitamos à mesa, entre uma garfada e outra.