CADA VEZ MAIS MAIS ME CONVENÇO QUE OS OLHOS DOS OUTROS SÃO O NOSSO INFERN

Estamos cada dia sendo postos a prova. Como Sartre já dizia, "olhos dos outros são o nosso inferno". Todos os dias é um exercício do bom comportar. Sei que muitas coisas mudaram, se tem mais liberdade em fazer determinadas ações que antes era difícil ou nem se imaginava em fazer,contudo para quem não foge das convenções se sente monitorado do amanhecer ao adormecer.Essas pessoas são as que mais sofrem. Todos nós somos levados a cumprir nossos papéis na sociedade,como diz uma frase que não me lembro do autor, somos atores de um espetáculo que não existe ensaio.

Se estamos no trabalho somos vigiados,cumprindo com o nosso papél tanto no desempenho quanto no modo de comportar, se estamos no ônibus, na rua, num shoop, enfim,mesmo em nossas casas a liberdade não é extensa como pensamos, pois temos também a nossa consciência como censor,na verdade o maior de todos.

Acabo de ler a coluna em que Dom Murilo S.R. Krieger,arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, escreve todos os domingos em um dos jornais da Bahia. Ele menciona o livro de uma enfermeira australiana- Bronnie Ware, em que ela relata a experiência dela com doentes terminais,onde eles falavam de seus sonhos não realizados.

"Eu gostara de ter tido a coragem de viver a vida que eu quisesse, não a vida que os outros esperavam que eu vivesse..."

"Eu gostaria de não ter trabalhando tanto..."

"Eu gostaria de ter tido mais tempo com meus amigos..."

"Eu gostaria de ter-me permitido ser mais feliz".

Depoimentos tocantes que são uma prova viva de como conduzimos nossas vidas ou melhor dizendo, de como não as conduzimos,deixando seres manupulares ao bel prazer das conveções sociais, dos preconceitos,enfim, perdemos muitos momentos de nossas preciosas vidas com olhares, com disse me disse,de forma que o tempo vai passando e para nossa tristeza não nos damos conta,achamos que temos o tempo todo do mundo.

Mas para não perder o foco do inicio deste texto é por demais angustiante que desde acordar ao adormecer estarmos lidando com regras,com valores introjetados desde a nossa tenra infância e vivermos conforme o que os outros acham que devemos viver.